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Em 10 anos, número de veículos aumenta quase 60% nas ruas de Belo Horizonte

O especialista afirma que a cidade não tem estrutura para suportar tantos veículos e que o tempo de congestionamento aumentou

Congestionamentos duram até três horas

O congestionamento e a perda de tempo nos engarrafamentos se revelam em números: em 10 anos, Belo Horizonte teve um aumento de 57% de carros .

O Departamento de Trânsito de Minas Gerais (Detran-MG), órgão que registra as placas dos novos veículos, informou que em 2012 a capital mineira tinha pouco mais de 1, 5 milhão de veículos cadastrados. Neste ano, o número já chega a 2,3 milhões de veículos.

O delegado Mateus Cobucci Sales, chefe da divisão de registro de veículos do Detran, detalha o aumento como significativo, mas reforça que uma particularidade pode influenciar os números.

“Na nossa cidade estão localizadas as principais locadoras de veículos do país, responsáveis por emplacar diariamente centenas de carros. A frota pode ser grande, mas muitos veículos registrados em Belo Horizonte podem circular em todo o Brasil”, disse.

O especialista em planejamento de trânsito e transportes, Osias Baptista, explica que o aumento da frota é desproporcional ao aumento do tráfego.

“A forma de usar o automóvel muda, aumentando a frota as pessoas não vão conseguir andar de carro por causa do nível de congestionamento, das demoras... Então não é, necessariamente, um aumento tráfico”, disse.

Ele explica que o aumento do tráfico não é igual em todos os lugares. O especialista afirma que, por exemplo, o fluxo da Savassi, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, é o mesmo há 15 anos. “Não é possível chegar mais carro na Savassi do que chega hoje”, aponta.

A utilização dos aplicativos, que mostram novas alternativas por dentro dos bairros, ainda faz com que o trânsito regional fique movimentado. O especialista afirma que a cidade não tem estrutura para suportar tantos veículos.

“Antes, você tinha congestionamentos em determinados horários. Mas esses horários estão aumentando. Isso porque as pessoas começam a perceber que como elas não conseguem andar naquele horário que está muito carregado, elas começam a sair um pouco mais cedo ou mais tarde então”, afirmou.

Baptista ainda alerta que a pessoa com flexibilidade acaba mudando o horário de saída e de retorno. “Então, o nosso horário de pico - que há um tempo atrás durava de 15 minutos a 30 minutos - hoje, dura de duas a três horas”, completou.

Após o aumento de número de carros na capital, a lista de emplacamento de caminhonetes também chama atenção com quase 110.000 emplacamentos, entre 2017 e 2022, totalizando 264.597.

Fabiano Frade é jornalista na Itatiaia. Cobre as pautas de cidades e geral, com dedicação especial à Central de Trânsito. Antes da rádio de Minas, passou pela Rádio Band News FM e também pela BTN, onde cobriu o trânsito para várias rádios de BH e Brasília.
Formou-se em jornalismo pela PUC Minas e trabalhou como repórter do caderno de Gerais do jornal Estado de Minas. Na Itatiaia, cobre principalmente Cidades, Brasil e Mundo.