Um casal de imigrantes, de 31 e 32 anos, denunciou ter sido vítima de injúria racial na noite dessa quarta-feira (16), em um condomínio residencial no bairro Santa Mônica, na Região de Venda Nova, em Belo Horizonte. De acordo com a Polícia Militar (PM), as ofensas teriam sido proferidas pela síndica do prédio, uma mulher de 66 anos.
A discussão começou após o casal tentar religar a geladeira por meio de uma extensão elétrica ligada a uma tomada do corredor, de uso comum, depois de ter o fornecimento de energia cortado pela Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) na última terça-feira (15). O corte foi motivado por duas faturas antigas em aberto, que, segundo o casal, seriam de responsabilidade de um morador anterior.
Com autorização da proprietária do imóvel, o homem usou a extensão para ligar a geladeira e não perder os alimentos. Segundo o boletim de ocorrência, um vizinho, que presenciou a situação, afirmou que não haveria problema até a regularização junto à Cemig.
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No entanto, ainda segundo o relato das vítimas, a síndica chegou ao local exaltada e passou a ofendê-los, acusando-os de “roubar luz do condomínio”. Ela também teria proferido insultos racistas, chamando o casal de “pobres e macacos”, além de afirmar que “gente do tipo deles não deveria morar ali”.
A denúncia foi confirmada por uma testemunha, o corretor responsável pelo aluguel do imóvel. Ele contou que foi informado do episódio por uma sobrinha da proprietária e que, ao ligar para a síndica, ouviu os mesmos insultos de cunho racista.
Em apoio ao casal, o corretor quitou os débitos e acionou a Cemig para religar a energia no apartamento.
A Polícia Civil de Minas Gerais informou que ninguém foi conduzido à delegacia no momento da ocorrência, mas que o caso será encaminhado à Delegacia Especializada de Investigação de Crimes de Racismo, Xenofobia, LGBTfobia e Intolerâncias Correlatas (DECRIM).