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‘O ponto chave é a educação’, diz especialista sobre como combater cultura do estupro

Com dados alarmantes de crimes contra dignidade sexual, tem sido cada vez mais fundamental combater a cultura do estupro e, para isso, é importante a mudança de comportamentos

O caminho para o combate à cultura do estupro é a educação

Centenas de mulheres são vítimas de crimes contra a dignidade sexual no Brasil. Acredita-se que apenas 10% dos casos sejam registrados. Os motivos para não denunciar são vários, e entre eles, o medo e a vergonha. Isso porque a cultura do estupro, que banaliza o crime de dignidade sexual sem provocar espanto ou indignação, faz com que a sociedade julgue as vítimas antes de julgar o agressor.

Conforme a socióloga Andreia dos Santos, professora do departamento de Ciências Sociais da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-Minas), muitas vezes, o julgamento vem de uma mulher.

“Poucas vezes, nós vemos mulheres defendendo mulheres. Quando a gente tem um movimentos mundiais de proteção à mulher - que é extremamente importante - poucas vezes nós temos a oportunidade de ver essa empatia de mulheres em relação a outras que foram estupradas, violentadas”, disse.

Com dados alarmantes de crimes contra dignidade sexual, tem sido cada vez mais fundamental combater a cultura do estupro e, para isso, é importante a mudança de comportamentos e pensamentos que diminuem a mulher.

A delegada Cristiana Angelina, da Delegacia Especializada de Investigação à Violência Sexual de Belo Horizonte, afirma que para tratar cultura do estupro, é preciso pensar sobre o que é consentimento.

“A gente tem que respeitar a mulher enquanto indivíduo, enquanto ser humano. Ela não é um objeto, ela não é enfeite para ser mostrado para as pessoas. A gente tem que respeitar o consentimento. Ela não é obrigada a satisfazer vontade sexual das quais ela não compartilha”, explicou.

A Guarda Civil municipal de Belo Horizonte Aline Oliveira orienta que é preciso parar de replicar atitudes machistas. “O ponto chave é a educação. Independente da roupa, do local ou do horário que eu trafegue, o homem não tem o direito de estuprar”, afirmou.

Cursou jornalismo no Unileste - Centro Universitário Católica do Leste de Minas Gerais. Em 2009, começou a estagiar na Rádio Itatiaia do Vale do Aço, fazendo a cobertura de cidades. Em 2012 se mudou para a Itatiaia Belo Horizonte. Na rádio de Minas, faz parte do time de cobertura policial - sua grande paixão - e integra a equipe do programa ‘Observatório Feminino’.