O aumento no preço do leite trouxe impactos negativos para vários segmentos da economia. O IBGE divulgou nesta sexta-feira (8) que o insumo ficou 10% mais caro em junho e puxou o IPCA para bater recorde para o mês desde 2018. Em Belo Horizonte, o alto custo do produto é sentido por comerciantes que compravam muito leite para trabalhar.
Na Padaria Brasileira Belo Horizonte, que fica na Olegário Maciel, no centro de BH, por exemplo, a produção de bolos e derivados caiu 10%. O empresário Francisco Perazzo, de 58 anos explicou à Itatiaia que essa semana já parou de comprar produtos essenciais. “Parei de comprar muçarela, por exemplo. Essa semana, não fiz pedido”, relata. “Eu compro a R$ 49 o quilo e tenho que vender por R$ 79, ou seja, não tem comprador”.
Entre as alterações percebidas por Francisco Perazzo no dia a dia do consumidor está a mudança de hábitos. “As pessoas têm pedido pão com mortadela e pão com manteiga, no lugar de pão com queijo e presunto”.
O leite longa vida é vendido nas prateleiras da padaria por dois valores diferentes, sendo R$ 8,25 à prazo e R$ 7,90 à vista. “O leite de saquinho subiu 41% pra você ter uma ideia, passando de R$ 3,55 para R$ 5".
Inflação
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, registrou 0,67% em junho deste ano. A taxa é superior ao 0,47% de maio e ao 0,53% de junho de 2021. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entre os alimentos que puxaram a alta dos preços está o leite longa vida com aumento de 10,72%, seguido pelo o feijão-carioca (9,74%), o frango em pedaços (1,71%) e o pão francês (1,66%).
No acumulada no ano chegou a 5,49%. Em 12 meses, o IPCA acumulado atingiu 11,89%, acima dos 11,73% acumulados em maio.
Todos os nove grupos de despesas registraram inflação em junho, com destaque para alimentação e bebidas, com uma alta de preços de 0,80%. Entre os itens, com maior alta estão a refeição fora de casa (0,95%) e o lanche fora de casa (2,21%).
Também apresentaram altas de preço relevantes, os grupos de saúde e cuidados pessoais (1,24%), puxado pelo aumento dos planos de saúde (2,99%), e pelos transportes (0,57%).
Entre os itens que pressionaram os transportes estão o óleo diesel (3,82%), o gás veicular (0,30%) e as passagens aéreas (18,33%).
Outros grupos apresentaram as seguintes taxas de inflação: vestuário (1,67%), artigos de residência (0,55%), habitação (0,41%), despesas pessoais (0,49%), comunicação (0,16%) e educação (0,09%).
Queda na venda de queijos
Está cada dia mais difícil
Marcelo Santana, proprietário da Biscoiteria do Mercado, diz que os fornecedores, muitas vezes, nem estão conseguindo entregar produtos
“Com a alta da matéria-prima, os fornecedores também estão tendo dificuldades de conseguir e manter os preços e, com isso, repassam o valor. Já está faltando alguns produtos. Os cliente tem reclamado mas, também, mas compreendem”, disse.
*Com informações da Agência Brasil