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Com 50 anos de história, Neguinho da Beija-flor se emociona: ‘Laíla merece’

Esse é 15° título da escola e marca a despedida do ícone de Nilópolis

Luiz Antônio Feliciano Neguinho da Beija-Flor Marcondes levanta a taça

O grande intérprete Neguinho da Beija-flor se emocionou com a vitória da escola no Carnaval do Rio de Janeiro 2025. Esse é o 15° título e marca a despedida do ícone de Nilópolis.

'Ô comunidade vamos comemorar. Encerrei com chave de ouro. Eu não imaginava, estava muito difícil, Imperatriz também fez um excelente Carnaval’, disse em lágrimas, Neguinho à TV Globo.

Luiz Antônio Feliciano Neguinho da Beija-Flor Marcondes agradeceu os 50 anos de história no Carnaval a frente da escola multicampeã. Ele também aproveitou para homenagear Laíla.

‘Laíla merece! Minha comunidade merece! Agora é sorriso e lágrima!’, emociona Neguinho.

A comissão de frente evocou a figura de Laíla de volta à avenida como uma criança, abençoado pelos santos em meio à comunidade de Nilópolis – e de uma bonita alegoria com “velas” eletrônicas que surgiam do chão.

‘Vamos festejar, vocês merecem. A comunidade é estrela de qualquer escola de samba. vamos comemorar Nilópolis!’.

Confira o samba-enredo:

Kaô meu velho!
Volta e me dá os caminhos
Conduz outra vez meu destino
Traz os ventos de Oyá
Agô meu mestre
Tua presença ainda está aqui
Mesmo sem ver, eu posso sentir
Faz Nilópolis cantar
Desce o morro de Oyó
Benedito e Catimbó
O alabá Doum
Traz o terço pra benzer
E a cigana puerê
Meu Exu
De copo no palco, sandália rasteira
No chão sagrado toda quinta-feira

O brado no tambor, feitiço
Brigou pela cor, catiço
Coragem na fala sem temer a queda
O dedo na cara, quem for contra reza

Vencer o seu verbo
Gênio do ouvido perfeito
A trança nos versos
Divino e humano em seu jeito
Queria paz mas era bom na guerra
Apitou em outras terras, viajou nas ilusões
Deu voz à favela e a tantas gerações
Eu vou seguir sem esquecer nossa jornada
Emocionada, a baixada em redenção
Chama João pra matar a saudade
Vem comandar sua comunidade
Óh Jakutá, o Cristo preto me fez quem eu sou
Receba toda gratidão Obá, dessa nação nagô

Da casa de Ogum, Xangô me guia
Da casa de Ogum, Xangô me guia
Dobram atabaques no quilombo Beija-Flor
Terreiro de Laíla meu griô

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Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), Giullia Gurgel é repórter multimídia da Itatiaia. Atualmente escreve para as editorias de cidades, agro e saúde