O Carnaval de Belo Horizonte já entrou no calendário nacional da folia. Este ano, com número recorde de cortejos, a expectativa é de que 5,5 milhões de foliões encham as ruas da capital de cores, diversidade e muita alegria.
Um integrante que, para algumas pessoas, não pode faltar na festa é uma boa bebida gelada. Depois que o Catuçaí (catuaba e açaí), o Xeque Mate (mate, rum, guaraná e limão) e a Jambruna (cachaça mineira e jambu da Amazônia) se consolidaram como as bebidas locais desse grande evento, carnavalescos encontram novas opções nos carrinhos dos ambulantes este ano. Pensando nisso, a Itatiaia conversou com os criadores dessas novidades da folia de BH.
LAMBE LAMBE
Lambe Lambe é uma bebida mista, 100% natural, obtida com base na fermentação de frutas induzida por leveduras. É uma bebida sem glúten, sem conservante e com baixos níveis de açúcar.
A marca surgiu em BH, no ano de 2020, pelos mestres cervejeiros Édson Segundo e Peter Bresser. Tudo começou com o lançamento de três latas, que eram distribuídas em alguns pontos de venda e supermercados. “A produção em latas era a única possível, pois logo em nossas primeiras tiragens, atravessávamos o cenário do auge pandêmico pela Covid-19”, contou Kalinka Campos, empresária e diretora comercial.
Contudo, o projeto sempre foi abrir um bar “laboratório” com os drinks prontos, servidos direto de torneiras. Foi então que, em 2021, a primeira “Fermentaria” abriu as portas no Mercado Novo, no Centro da capital mineira. “A produção é 100% exclusiva, temos fábrica própria em BH e todos os nossos processos foram desenvolvidos internamente”, explicou. O teor alcoólico fica entre 4% e 6%
Este ano, a Lambe chegou com a nova lata: “tangerina, limão e sal”. “A ‘amarelinha’ é nossa grande aposta. Fomos surpreendidos pela alta procura ainda no pré-carnaval. Tínhamos um planejamento inicial que já foi superado e estamos nos reprogramando para conseguir atender a demanda”, contou. Até o momento, já foram produzidos mais de 70 mil litros.
JAMBRUNÃO
O gosto do encontro entre o jambu — planta típica do Norte do Brasil — e da cachaça mineira não é novidade para o folião belo-horizontino. A bebida que faz a língua “formigar” começou em 2018 e já conquistou o coração. Este ano, a “tremidinha” vem mais refrescante com a Jambrunão: a parceria entre a Jambruna e Guaranão.
Eduardo Quick, fundador da Guaranão, contou que já trabalhava na área de alimentação, especialmente, de sucos desde 2012. “Meu irmão é um dos sócios da Cervejaria Viela e, quando inauguraram o primeiro bar, o Juramento 202, no início de 2017, conversávamos sobre. Ele disse que iriam apenas trabalhar com produtos locais e me perguntou por que eu não inventava um refrigerante artesanal para colocar lá”, contou.
Após muitas tentativas, ele chegou na receita que tem como base o guaraná. “No início de 2021, passei a envasar e usei da estrutura da própria Cervejaria Viela, enquanto me ajustava e montava minha fábrica”, lembrou.
No ano passado, a parceria com a Bruna Brandão, proprietária da Jambruna, surgiu por um amigo em comum. “Eu já tinha vontade de fazer um drink mais refrescante, enlatado, com o teor alcoólico baixo, sendo uma proposta diferente da cachaça pura”, contou Bruna. E, assim, surgiu Jambrunão com teor alcoólico é 7,9%.
“Como você dá mais goles geladinhos no drink, o drink vai dando uma progressão e você vai sentindo aquele tremorzinho na língua de um jeito diferente”, acrescentou
A novidade vem sido bem recebida. “Já nesse pré-Carnaval, temos vários lugares querendo, e é exatamente esse o nosso objetivo neste Carnaval: colocar a bebida na boca da galera, literalmente”, brincou Eduardo.
CARIMBÓ E MERENGUE
Pablo Maia e Linda Clara, casados e sócios da CARIMBÓ
Do Norte direto para Belo Horizonte: a Carimbó mistura açaí, catuaba, guaraná e gengibre; a Merengue mistura de açaí e cachaça bananinha.
Pablo Maia e Linda Clara, casados e sócios da Carimbó, contaram que fundaram a primeira loja de açaí em 2016, onde vendiam o creme da fruta, adicionado de complementos, como leite em pó e creme de avelã. “Vendíamos muito no ‘modo sudeste’. Mas, a gente é apaixonado pela cultura nortista e a gente foi cada vez mais pesquisando a cadeia de produção do açaí e descobrimos um fornecedor diretamente do Pará”, disse Pablo.
Foi então que a nova receita levou o casal para um lugar diferente dos padrões. Em 2019, quando o Mercado Novo se tornou uma oportunidade para os empreendedores da cidade, eles apostaram: “fomos com a proposta de trazer o açaí natural nortista. Logo, abrangemos para mais frutas, incluindo, diversas frutas amazônicas pouco valorizadas por nós brasileiros”, lembrou.
Então, decidiram avançar das frutas típicas para os drinks. Para esta temporada de festa, Pablo conta que foram produzidas 3.500 latas. “É a primeira vez que a versão lata vai para a rua. A estimativa é de que a gente continue produzindo mais e se preparando para a folia de 2025”, disse.
Para quem ainda não experimentou, fica a dica: “uma coisa interessante sobre a nossa bebida é que, além de ser feita com a fruta natural, a presença do guaraná dá uma energia ótima.”
RUBRA
A Equilibrista, lançada em 2015, é veterana na cidade. A proposta da marca é facilitar o acesso a um bom destilado — que antes só era encontrado em coquetelarias e bares por um alto preço. O carro-chefe é o drink de lata Gingibre — gengibre, limão e gin — que pode ser vista nas latinhas coloridas nas mãos dos foliões. Neste Carnaval, no entanto, a latinha que virou febre é a Rubra.
Considerado um soft bitter (bebida alcoólica de aroma e sabor herbal), a bebida vermelha tem um sabor amargo a agridoce. Ela pode ser consumida pura, com gelo e laranja, ou servir de base para criar outras combinações.
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