Santa Casa teme cancelamento de cirurgias por falta de sangue em BH

A Santa Casa de BH enfrenta uma queda crítica nas doações de sangue neste fim de ano; com os estoques em nível de alerta, cirurgias que não são de emergência já estão sendo impactadas

De acordo com Camila de Souza, enfermeira da agência transfusional da Santa Casa, o cenário já afeta o atendimento

A Santa Casa de Belo Horizonte acendeu o alerta para o risco de cancelamento de cirurgias e transplantes por falta de sangue. O hospital, que é o maior demandante de bolsas em Minas Gerais, enfrenta queda no estoque em razão da redução de doações típica do fim de ano — período marcado por viagens, festas e férias escolares.

Segundo o Hemominas, os tipos O positivo, O negativo, A negativo e B negativo já estão em nível de atenção. Para se ter uma ideia do impacto, um transplante de fígado pode exigir cerca de 60 bolsas de sangue.

De acordo com Camila de Souza, enfermeira da agência transfusional da Santa Casa, o cenário já afeta o atendimento. “As cirurgias não param, os pacientes graves continuam chegando e muitos precisam de transfusões recorrentes. Estamos com estoque muito baixo para atender quem ainda vai chegar”, explica.

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Com a falta de bolsas, procedimentos eletivos têm sido os primeiros a sofrer impacto. “Recebemos pacientes do interior para cirurgias programadas e, ao dar entrada, precisamos informar o médico que não há sangue suficiente. Em alguns casos, a cirurgia é cancelada ou reduzimos a quantidade destinada para cada paciente”, conta.

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A preocupação é ainda maior nos transplantes hepáticos e cardíacos, que não são programados. “Se o órgão chega e não temos sangue disponível, o paciente não recebe o transplante e volta para a fila”, afirma Camila.

O Hemominas reforça que a doação é simples e leva de 5 a 10 minutos. Para doar, é preciso estar em boas condições de saúde, ter entre 16 e 69 anos, não estar gripado, não ter feito tatuagem ou endoscopia nos últimos seis meses, e realizar agendamento pelo aplicativo App Cidadão.

Após a coleta, o doador faz um lanche e é liberado.

Jornalista pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Na Itatiaia desde 2022, trabalhou na produção de matérias para a rádio, na Central Itatiaia de Apuração e foi produtora do programa Itatiaia Patrulha. Atualmente, cobre factual e é repórter da Central de Trânsito Itatiaia Emive.

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