Primo de Daniel Vorcaro, pai de santo é investigado por abuso sexual em BH

Henrique Vorcaro Garcia, líder religioso e servidor da Polícia Civil, é denunciado por dezenas de mulheres por abuso

Henrique Vorcaro, pai de santo e investigador da PCMG é preso suspeito de crimes sexuais

O pai de santo Henrique Vorcaro Garcia, investigador da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), e primo do banqueiro Daniel Vorcaro, está sendo investigado pela prática de supostos crimes sexuais cometidos no terreiro de umbanda Omolokô Ilê Axé Guian, no bairro Santa Efigênia, Região Leste de Belo Horizonte. O líder religioso foi preso de maneira preventiva na quarta-feira (19) pela corregedoria-geral da PC.

As vítimas relatam as práticas sexuais diversas realizadas por Henrique Vorcaro. Segundo decisão da Justiça, o investigado se valia da qualidade de líder religioso e da posição de vulnerabilidade emocional das vítimas para cometer abusos de natureza “sexual, física, psicológica e patrimonial”.

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De acordo com os depoimentos, ele estaria afirmando que foi incorporado por uma entidade espiritual para supostos “rituais de limpeza energética” denominados “firmeza” para realizar toques íntimos e constranger as mulheres a práticas sexuais diversas, muitas vezes com a participação de sua assistente.

Em um dos depoimentos, uma vítima descreveu um ambiente de violência psicológica, com gritos e ofensas públicas, além de um comportamento misógino por parte do investigado. A mulher, que terá o nome preservado, relatou ter sido submetida a toques íntimos, masturbação e relações sexuais contra a sua vontade praticadas pelo líder religioso.

Outra mulher relata ter sido alvo de tortura. Em fevereiro de 2024, Henrique Vorcaro teria ateado fogo no corpo da vítima, causando queimaduras que demandaram atendimento médico. Já outra depoente relata ter sofrido pressão emocional e financeira, com ameaças constantes de que sua vida seria afetada caso não cumprisse com os desejos do religioso.

Agressões verbais e pressão financeira

Outras duas vítimas corroboram os depoimentos, relatando cenário de agressões verbais, humilhações, ameaças e cobranças financeiras exorbitantes “vinculadas a promessas de melhora espiritual”. Uma delas relatou efeitos em sua saúde, como crises de pânico, depressão e medo do investigado.

Segundo os relatos, a intimidação era agravada pelo fato de Henrique Vorcaro manter uma arma de fogo à vista das suas vítimas, outras relatam. Outra vítima relatou que o líder religioso estaria apresentando comportamento sugestivo de estar gravando as cenas com seu celular.

No final de setembro, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), chegou a determinar medidas cautelares contra Vorcaro. O pai de santo foi proibido de se aproximar das vítimas por uma distância mínima de 300 metros, além de não poder manter comunicação com as mulheres. Ele também foi afastado do terreiro de umbanda e teve o porte de arma de fogo suspenso.

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Em nota, a defesa de Henrique Vorcaro Garcia e sua auxiliar disse que a decretação de prisão é “ilegal”, uma vez que o descumprimento de medidas cautelares foi alegada por uma fonte “totalmente suspeita pelo interesse na causa e pela inimizade capital com as partes investigadas”.

Os advogados também ressaltam que eles são investigados criminalmente por coautoria internamente no Ministério Público de Minas Gerais em procedimento encaminhado à Justiça pela ouvidoria do MPMG. “Todas as medidas para demonstrar a lisura e idoneidade religiosa dos sacerdotes presos continuarão sendo tomadas até o pleno estabelecimento da verdade e da Justiça”, afirmam.

A Polícia Civil afirma que investiga a suposta prática dos crimes de violação sexual mediante fraude, importunação sexual, extorsão, ameaça, lesão corporal entre outros delitos. “A PCMG reafirma seu compromisso com a lisura, a transparência e a responsabilização de seus integrantes, assegurando a continuidade das apurações e o respeito ao devido processo legal. Mais informações somente poderão ser divulgadas ao final da investigação”, disse.

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