A Polícia Federal realizou, na manhã desta terça-feira (18), uma operação para desarticular um esquema de extração ilegal de cristais de quartzo na região Centro-Oeste de Minas. A ação, batizada de Operação Picareta, teve como foco um grupo suspeito de financiar e estruturar garimpos clandestinos no município de Arcos e em outras cidades do estado.
Ao todo, foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão em uma empresa e em residências de Arcos, Corinto, Curvelo, Diamantina, Nova Serrana, São Lourenço e Teófilo Otoni.
Além disso, a Justiça Federal determinou 17 medidas cautelares contra 14 investigados e três empresas — entre elas, restrição de acesso a áreas de garimpo, suspensão de atividades ligadas ao comércio de minerais e proibição de contato entre os envolvidos.
Segundo as investigações, o grupo atuava não apenas na retirada irregular dos cristais, mas também no transporte, hospedagem e pagamento de garimpeiros, criando uma estrutura completa para manter a atividade clandestina. A PF apura quem seriam os principais compradores e financiadores da extração.
Durante a apuração, os policiais encontraram indícios de que trabalhadores eram submetidos a condições análogas à escravidão. Relatos apontam uso de armas de fogo para restringir a liberdade dos garimpeiros e controlar a produção ilegal. Também foram identificados proprietários de terras que alugavam áreas para que o grupo mantivesse os garimpos clandestinos.
Os suspeitos podem responder por uma série de crimes, como associação criminosa qualificada, usurpação de bens da União, crimes ambientais, receptação, comércio ilegal de minerais, redução à condição análoga à escravidão, porte ilegal de arma de fogo, além de falsificação e uso de documentos falsos.