Um vídeo gravado pelo advogado Rodrigo Bravim, de 52 anos, mostra o momento da
As agressões foram registradas por câmeras de monitoramento instaladas no local dos fatos. Nas imagens, é possível ver que Rodrigo está com um celular em mãos, filmando a cena. A Itatiaia teve acesso ao vídeo registrado por Bravim. Assista:
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— Itatiaia (@itatiaia) November 21, 2025
Nas imagens, é possível ver a mulher gritando: “Bate, filma, filma eu, filma com meu marido”, e, aparentemente, batendo a mão no celular do homem.
Ele, por sua vez, repete “Põe a mão em mim” várias vezes, enquanto agride a babá. Ele ainda parece ofender a mulher, porém, é difícil identificar o que ele disse.
Neste momento, a filmagem fica tremida, devido à briga. Ele segue repetindo a mesma coisa, enquanto ela diz “Espera aí”.
Uma criança, que está na porta do prédio, chama pela mulher, antes do vídeo ser encerrado.
Entenda o caso
Uma babá, de 36 anos, foi agredida com tapas, chutes e alegou ter sofrido insultos racistas pelo advogado Rodrigo Bravim, de 52, na porta de um prédio no bairro Santo Agostinho, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, na noite do Dia da Consciência Negra, na noite dessa quinta-feira (20).
Câmeras de segurança registraram o momento em que o homem ataca a mulher com tapas e chutes. A vítima trabalha na casa da ex-companheira do advogado. Assista:
🎥Imagens cedidas à Itatiaia pic.twitter.com/2UjR8sXtwL
— Itatiaia (@itatiaia) November 21, 2025
Segundo a babá, o agressor procurava a ex-esposa, de 45 anos, quando começou a discutir com ela. “O porteiro interfonou pedindo para eu descer com o filho dele, de 3 anos.
Ele perguntava onde ela estava, e eu disse que não sabia, que isso era algo que eles precisavam resolver”, contou a vítima, que não será identificada, à Itatiaia nesta sexta (21).
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Ela afirma que, em determinado momento, o homem passou a filmá-la. “Falei: ‘Rodrigo, como é que vou saber onde ela está?’. Quando tentei pegar o celular da mão dele, porque ele estava me filmando, ele começou a me agredir. Me bateu no rosto, me empurrou, me deu chute. Ele me xingava de ‘negra’, ‘macaca’, vários xingamentos racistas enquanto batia”, relatou.
A vítima disse que já conhecia o comportamento agressivo do advogado. “Quando comecei a trabalhar com eles, ele já estava em processo de separação. Ele sempre foi agressivo, tanto verbal quanto fisicamente. Eu tomava as dores dela, por ser mulher, e ele brigava comigo”, afirmou.
De acordo com documentos que a reportagem teve acesso, eles foram casados por onze anos e têm dois filhos em comum, de nove e três anos, estando separados há nove meses. O homem tem registro de boletim de ocorrência por violência doméstica e há, inclusive, pedido de medida protetiva.
Ela contou ainda que teme ser perseguida. “Me sinto perseguida porque ele disse que mexe com pessoas perigosas e que, se acontecesse algo como dessa vez, os capangas dele viriam atrás de mim. Ele sabe onde moro e conhece minha rotina”, disse. Muito abalada, ela disse que ''até agora a ficha não caiu’': “Me sinto um lixo’’.
Advogado nega racismo
A babá afirmou que foi xingada de “negra”, “macaca”, e vários outros xingamentos racistas enquanto era agredida. Rodrigo Bravim negou a acusação.
“Em nenhum momento houve qualquer manifestação de cunho racista por parte de quem quer que seja. Tal acusação é absolutamente falsa e será devidamente rechaçada nas esferas cível e criminal”, afirmou na nota. Segundo ele, “todas as provas serão apresentadas às autoridades”.
Segundo o homem, a versão apresentada por ela é parcial e “distorce completamente a realidade dos acontecimentos”. Ele afirmou, ainda, que foi ameaçado pela mulher em outras ocasiões, incluindo o dia das agressões.
Nota da Polícia Civil
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informa que apura a ocorrência de vias de fato, registrada na noite de ontem (20/11), em Belo Horizonte. Não houve conduzidos à delegacia. O caso foi destinado à 3ª Delegacia de Polícia Civil Centro, e outras informações poderão ser repassadas à imprensa após os procedimentos de polícia judiciária.