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Maquinista de 103 anos que levou tropas na 2ª Guerra Mundial revela segredo de longevidade: ‘Cerveja e boteco’

Morador de Corinto, interior de MG, Álvaro Marcial da Rocha faz via sacra por bares da cidade

Aos 103 anos, senhor Álvaro não abre mão de ir aos bares e de tomar uma cerveja

Qual o segredo para ter uma vida longa e com qualidade? Para o maquinista aposentado Álvaro Marcial da Rocha, de 103 anos, a resposta é ter bons amigos, frequentar botecos e não abrir mão de tomar uma cerveja com moderação. Álvaro mora em Corinto, cidade de 23 mil habitantes que fica na Região Central de Minas Gerais, e faz até ‘via sacra’ por bares da cidade.

A Itatiaia esteve em Corinto e conversou com esse personagem vivo da história, pai de oito filhos (seis vivos), sendo o mais velho com 77 anos e o mais novo com 64.

“Toda sexta-feira a gente começa (a ir aos bares), mas a gente bebe pouco. Gosto muito é de boteco, de ter aquela prosa e um bom papo. Por isso, a gente fica o dia todo”, disse seu Álvaro, que integrou a Força Expedicionária Brasileira (FEB) e transportou, de Minas para a Bahia, tropas que lutaram na Segunda Guerra Mundial.

“Tem dia que você está esmorecido, mas vai assim mesmo. Faz uma forcinha, vai ao boteco, bate uma prosa com um amigo qualquer”, disse o idoso, que completa: “Toda hora passa um e diz: ‘vamos’. Aí fica o dia inteiro proseando, faz uma via sacra, porque, quando não está bom em um, a gente vai para outro. Só sexta, sábado, domingo e pouca coisa”, ressalta.

Maçonaria

Álvaro é maçom desde os 26 anos e guarda em sua casa várias homenagens recentes como o membro mais velho da maçonaria no Brasil. “Nunca pensei que fosse ficar esse tempo todo, porque é muito difícil e, naquela época, a gente era muito perseguido”, lembrou o idoso, destacando ter aprendido muito com a maçonaria, como ser mais tolerante.

Sobre as homenagens, Álvaro contou que são mais de cem placas. “Acho até um exagero, porque tenho mais de cem. Todo lugar que vou, recebo uma. Agora mesmo querem me levar lá em Brasília para receber o diploma como o mais antigo do Brasil. E do jeito que eu quiser ir: de carro, de helicóptero, de qualquer coisa. Mas já não quero”, concluiu.

Álvaro é uma memória viva da história da ferrovia no Brasil. Ele lembra com detalhes de todo o processo de substituição das locomotivas a vapor, também conhecidas como Maria-Fumaça, pelas movidas a diesel e eletricidade, na metade do século passado.

“Comecei em 1º de novembro de 1942. Naquela época, entrei como graxeiro. Depois passei para foguista. Depois, em 1950, fiz concurso e passei a ser maquinista.”

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Jornalista formado pela Newton Paiva. É repórter da rádio Itatiaia desde 2013, com atuação em todas editorias. Atualmente, está na editoria de cidades.