Mãe de mulher que jogou a filha do 10º andar em BH e depois pulou revela depressão

Muito emocionada, a mãe de Ester revelou que um episódio muito grave causou o quadro depressivo na filha

Ester tinha quadro de depressão, mas aparentava estar feliz

A mãe de Ester Coelho Linhares Cira, que jogou a filha de 6 anos do 10º andar do Hotel Nacional Inn, Centro de BH, e depois pulou, disse nesta terça-feira (2), em entrevista exclusiva à Itatiaia, que Ester, 32 anos, sofria com depressão há cerca de cinco anos. A tragédia familiar ocorreu nessa segunda-feira (1º), no Centro de Belo Horizonte. Ester e a filha, Anna Luísa Martins Linhares, morreram na hora.

Muito emocionada, a mãe de Ester revelou que um episódio muito grave causou o quadro depressivo na filha. Contudo, preferiu não revelar o que teria ocorrido.

“Ela mostrava para todo mundo que estava feliz, que era alegre, mas no fundo, na mente dela ela estava triste. Ela não se contentava, porque ela se culpava. Ela se culpava pelo que aconteceu com as filhas dela. E, na verdade, ela não teve culpa. Não teve culpa, não. Ela, minha filha, estava doente depressivamente porque viu uma grande injustiça acontecer com ela. Aconteceu com a gente, uma grande injustiça”, disse a mãe, que mora em Sabará, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). “Foi algo que eu prefiro não falar. Foi muito grave, muito triste, muito doloroso pra gente”, completou.

A mãe comentou quando percebeu, há cinco anos, que Ester estava doente. “Um dia a gente saiu e ela surtou no meio da rua. Começou a gritar e tampar o ouvido. Eu entrei com ela para uma casa de ração, a moça nos deu apoio. Daí foi. Consegui arrumar um serviço para ela na Prefeitura de Sabará. Ela foi ser faxineira no posto das Mangueiras. E lá começou a surtar. O médico diagnosticou e começou a dar o remédio. Ela tava tomando quetiapina e sertralina. Só que ela parou o tratamento por conta própria. Aí ficou pior. Deve ter mais ou menos um ano que ela parou”, comentou.

Mesmo com o quadro depressivo, a mãe disse que não imaginava que a filha pudesse tirar a própria vida e muito menos a da filha.

“Ela tava sempre muito alegre, mostrando pra gente muita felicidade, mas era tudo aparente. Ela era uma menina muito bonita, gostava de viver a vida. Eu não entendo por que ela fez isso. Ela amava viver. Nunca esperava isso dela. Nunca. Eu achava que o amor dela pelas filhas era maior do que qualquer coisa”, ressaltou.

Neta

A outra filha de Ester, de 13 anos, estava no hotel e viu a tragédia. A adolescente está na casa da avó. “Hoje ela tá mais tranquila. Tá mais calma, dormiu. A gente tá levando a vida, mas é impossível dizer que ela tá bem, né? Ninguém está bem. Ninguém está bem”, reforçou.

A avó destacou ainda que a neta vai precisar de muito apoio. “Ela vai precisar muito de ajuda. Eu não preciso, não preciso. Mas ela vai precisar. A gente não vai recusar nenhuma ajuda, não”, frisou.

A mulher comentou ainda que o atual namoro da filha era de “idas e vindas” e o primeiro casamento foi tranquilo. O ex-companheiro e a família dele moram no Espírito Santo.

“Ele é um bom homem, ele não fez nada para poder prejudicar isso, não. A casa era muito arrumadinha, ele tratava, ele fazia tudo que ela queria. Para você ter ideia”, destacou.

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Jornalista formado pela Newton Paiva. É repórter da rádio Itatiaia desde 2013, com atuação em todas editorias. Atualmente, está na editoria de cidades.
Jornalista formado em Comunicação Social pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UNI-BH). Na Itatiaia desde 2008, é “cria” da rádio, onde começou como estagiário. É especialista na cobertura de jornalismo policial e também assuntos factuais. Também participou de coberturas especiais em BH, Minas Gerais e outros estados. Além de repórter, é também apresentador do programa Itatiaia Patrulha na ausência do titular e amigo, Renato Rios Neto.

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