O motoboy Lauro César Gonçalves Pereira, de 32 anos, prestou, na noite desta terça-feira (25), depoimento no Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) sobre a
Alice morreu aos 33 anos. Ela foi espancada na Savassi, na Região Centro-sul de Belo Horizonte, na madrugada de 23 de outubro e faleceu duas semanas depois por complicações dos ferimentos.
Lauro César parou e ajudou a mulher trans após as agressões. Segundo informações repassadas anteriormente pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), o socorro prestado pelo motoboy impediu que a vítima tivesse morrido na hora.
Antes de prestar depoimento, a testemunha concedeu entrevista a veículos de imprensa e contou que disse que pagaria a conta de R$ 22 que os agressores diziam que Alice devia. No entanto, não foi o suficiente para aplacar a fúria dos autores, que perguntaram se ele estaria defendendo ladrão.
“Eu falei assim: ‘Qual é o motivo de vocês terem feito isso com ela?’ ‘É que roubou, agora você vai ficar coitando safada?’ Eu falei: ‘Quanto que é?’ Aí ele falou: ‘R$ 22, você vai pagar então?’. Aí, no primeiro momento, eu falei que ia pagar, só que eles continuaram gritando e xingando”, diz.
“Aí acabou que apelei com eles também e falei: ‘Oh, velho, o que vocês quiserem aí, é isso mesmo. Só não encosta mais a mão nela. Olha que vocês fizeram com a moça aí. Não tem nada a ver. Só porque que ela fez uma parada? Por que vocês não chamam a polícia?’”, acrescenta.
Suspeitos estão soltos
Os principais suspeitos do crime são dois funcionários da lanchonete Rei do Pastel, que foram identificados, mas não foram presos.
Fontes da Itatiaia ligadas à investigação informaram que a motivação para o espancamento foi uma conta não paga pela vítima. A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) apura se houve transfobia.
Nota Rei do Pastel
Em nota publicada nas redes sociais, o
“Ressaltamos a nossa solidariedade incondicional aos familiares e amigos da Alice, e destacamos que não compactuamos, em hipótese alguma, com ações discriminatórias referente a identidade de gênero, orientação sexual, raça ou qualquer outra natureza”, afirma o estabelecimento.