A audiência de instrução do empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, de 47 anos, autor confesso da morte do gari Laudemir Fernandes, de 44 anos, prossegue nesta quarta-feira (25). A expectativa é de que
o empresário seja interrogado por videoconferência. Além dele, o procedimento deve contar com a oitiva de seis testemunhas de defesa.
Essa etapa do processo está prevista para as 9h, no 1º Tribunal do Júri Sumariante, no bairro Barro Preto, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. Renê responde por homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, porte ilegal de arma de fogo e fraude processual. Se condenado,
ele pode pegar mais de 30 anos de prisão.
Ele
está preso desde o dia 11 de agosto, data do crime que ocorreu no bairro Vista Alegre, na Região Oeste da capital mineira. Renê segue preso no presídio de Caeté, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
O primeiro dia da audiência
O
primeiro dia da audiência de instrução foi realizado nesta terça-feira (25), com a presença de oito testemunhas. Além dos quatro colegas que presenciaram o momento do crime, policiais civis e militares também foram ouvidos. A motorista do caminhão de lixo, Eledias Aparecida Rodrigues, 44 anos, uma das principais testemunhas do caso envolvendo o gari, foi uma das pessoas ouvidas.
Durante o procedimento,
Eledias afirmou sentir que foi vítima do poder econômico do réu, Renê, que, segundo ela, usou dessa posição para constrangê-la e aos colegas. A audiência teve início às 9h e também contou com a presença de Thiago Rodrigues, outro colega de Laudemir e testemunha, que afirmou que sua rotina de trabalho foi alterada. Ele e seus companheiros optaram por mudar a rota anterior devido ao impacto de terem segurado o colega morrendo nos braços.
Além do trauma, Thiago lamentou o desrespeito contínuo de algumas pessoas na rua, que fazem brincadeiras e xingamentos. Ele relatou ter ouvido motoristas fazerem piadas com a tragédia: “Cuidado, hein? Cuidado com o tal do Renê aí, hein”.
