Atingidos pelo rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho, fazem um protesto na manhã desta terça-feira (28), ocupando a linha férrea da MRS Logística, em Mário Campos, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O trecho faz parte da ferrovia do Sistema Paraopeba, usado por diversas mineradoras, incluindo a Vale.
O grupo cobra avanços na reparação dos danos causados pelo desastre, que completou mais de seis anos sem, segundo os manifestantes, alcançar a maioria das famílias atingidas. Entre as principais reivindicações apresentadas estão:
A retomada do pagamento do “Auxílio Emergencial”, conhecido como Programa de Transferência de Renda (PTR), encerrado após o esgotamento dos recursos previstos no acordo firmado em 2021 entre a Vale, o Governo de Minas e os Ministérios Públicos.
A manutenção da Assessoria Técnica Independente escolhida pelas comunidades, prestada atualmente pela Aedas. Os manifestantes afirmam que há risco de substituição da entidade sem consulta popular, o que, segundo eles, compromete o acompanhamento dos processos de reparação.
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Além disso, o ato chama atenção para as condições de participação dos atingidos na gestão dos projetos de reparação coletiva.
O grupo pede o pagamento de diárias para conselheiros comunitários, como forma de compensar a perda de dias de trabalho durante as reuniões e atividades de governança.
A Vale disse, por meio de nota, segue comprometida com todos os aspectos da reparação. “Até o momento, mais de 78% dos R$ 37,7 bilhões previstos no Acordo de Reparação, firmado em 2021, já foram executados, além de outros R$ 3,9 bilhões pagos em indenizações para 17 mil pessoas”, disse.
“O Acordo Judicial estabeleceu as obrigações de fazer e pagar da Vale, com vistas à reparação dos danos, impactos negativos e prejuízos socioambientais e socioeconômicos causados pelo rompimento”, acrescentou.
A reportagem entrou em contato com o Ministério Públicos, a Defensoria Pública de Minas Gerais e a MRS Logística, e aguarda os posicionamentos.
Justiça marca audiência
A Justiça Federal
Com a rejeição das tentativas das defesas dos 15 réus de anular o processo, as audiências ocorrerão entre fevereiro de 2026 e maio de 2027. Nesta fase do processo, serão ouvidas testemunhas e acusados pelas mortes.