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Ministério de Energia nega confirmação da volta do horário de verão

ONS projeta pleno atendimento da demanda de energia até fevereiro de 2026

Ministro Alexandre Silveira, afirma que a retomada do horário de verão só ocorreria em caso de real necessidade

O Ministério de Minas e Energia (MME) negou nesta quinta-feira (18) a suposta confirmação do retorno do horário de verão ainda neste ano. O MME reforçou que o tema é “permanentemente avaliado”, mas destacou que não há necessidade da medida no momento, já que o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) projeta pleno atendimento da demanda de energia até fevereiro de 2026.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirma que a retomada do horário de verão só ocorreria em caso de real necessidade, ou seja, se o sistema interligado nacional precisasse de um alívio na demanda em horários de pico, especialmente durante o período seco.

De acordo com o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), porém, os reservatórios apresentam condições favoráveis e a expectativa é de normalidade, mesmo com a pressão do consumo nos meses mais quentes. O cenário é considerado melhor do que o de 2024, quando o país enfrentou uma seca histórica.

O que é o horário de verão?

O horário de verão consiste no adiantamento dos relógios em uma hora, para aproveitar mais a luz natural e reduzir o consumo de energia nos horários de maior demanda. A medida começou a ser adotada no Brasil em 1931, mas esteve em vigor de forma intermitente ao longo das décadas.

Por qual motivo está suspenso o horário de verão?

Segundo o governo federal, o horário de verão tinha como principal objetivo reduzir o consumo de energia elétrica ao aproveitar melhor a luz natural, adiantando os relógios em uma hora.

Nos últimos anos, porém, os hábitos de consumo mudaram, com o pico de energia passando a ocorrer no período da tarde. Com isso, a medida deixou de gerar os resultados esperados e perdeu sua justificativa do ponto de vista do setor elétrico.

Em quais Estados era aplicado o Horário de Verão?

  • Rio Grande do Sul
  • Santa Catarina
  • Paraná
  • São Paulo
  • Rio de Janeiro
  • Espírito Santo
  • Minas Gerais
  • Goiás
  • Mato Grosso
  • Mato Grosso do Sul
  • Distrito Federal

Confira a nota do MME na íntegra

“O Ministério de Minas e Energia (MME) negou nesta quinta-feira, 18, a suposta confirmação de retorno do horário de verão neste ano, após especulações circularem em portais na internet. A pasta repetiu que o tema é “permanentemente avaliado” e reafirmou que há pleno atendimento de energia até fevereiro de 2026, conforme avaliação do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, tem reforçado publicamente que o retorno desse mecanismo só ocorreria em caso de real necessidade. Ou seja, se o sistema interligado nacional, em função do período seco, exigisse tal medida para aliviar a demanda em horário de pico.

Contudo, as condições dos reservatórios são favoráveis, de acordo com o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE). O colegiado vê normalidade ao longo do período seco. Ainda de acordos com a avaliação, a situação é melhor do que no ano passado - quando houve seca histórica.

No período seco, além da menor participação da fonte hidrelétrica na geração de energia, com o cenário escasso de chuvas, a elevação da temperatura acarreta o aumento do consumo devido ao uso de aparelhos de refrigeração nas madrugadas. Ou seja, a demanda fica muito pressionada no momento em que a oferta está reduzida.

O adiantamento dos relógios em uma hora foi amplamente debatido em 2024. A política acabou sendo descartada no ano passado porque as autoridades do setor elétrico já estavam adotando outras medidas para aumentar a confiabilidade do sistema elétrico. O mesmo argumento vale para este ano.

Na semana passada o CMSE citou, por exemplo, que poderão ser adotadas medidas para maximizar a produção das Usinas Hidrelétricas (UHEs) de Itaipu e do São Francisco, entre outros recursos, para garantir a segurança do sistema. O grupo setorial também voltou a indicar a possibilidade de reduzir as defluências das UHEs de Jupiá e Porto Primavera, sempre que as condições do sistema permitirem, visando preservar os reservatórios da bacia do rio Paraná.”

(Sob supervisão de Alex Araújo)

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Estudante de jornalismo pela PUC Minas. Trabalhou como repórter do caderno de Gerais do jornal Estado de Minas. Na Itatiaia, cobre Cidades, Brasil e Mundo.