Morreu aos 92 anos, em São Paulo, o bailarino e coreógrafo Décio Otero, fundador do grupo de Ballet Stagium. A morte dele foi anunciada pelo Stagium, através das redes sociais. Segundo o grupo, o histórico bailarino faleceu por volta das 22h50.
“O céu ficou mais bonito. É com profundo pesar que comunicamos o falecimento do Maestro Décio Otero, que nos deixou às 22h50 no dia 28/07/2025 [...] sua presença iluminou nossas vidas e seu amor permanecerá em nossos corações para sempre. Que possamos encontrar conforto nas memórias que compartilhamos e na certeza de que seu legado mais de 80 ‘Obras Primas’ e sua beleza viverá em cada um de nós”, escreveu o grupo.
O portal Mud, especializado em dança descreveu o coreógrafo como alguém que “fez da dança um gesto político, poético e coletivo”, numa “trajetória que atravessa mais de sete décadas, unindo palcos, televisão, formação de artistas e uma criação profundamente conectada com o Brasil”. “Seu legado permanece vivo no corpo da dança brasileira, nas gerações que formou e nas histórias que ajudou a transformar em arte. Viva o legado de Décio Otero!”, afirmou o portal.
Décio Otero é autor dos livros As Paixões da Dança (Editora Hucitec, 1999) e Marika Gidali (Editora Senac, 2001).
Carreira
Décio Otero nasceu em Ubá, em Minas Gerais, no dia 15 de julho de 1933. Ele foi autor de mais de 100 coreografias próprias. Começou os estudos em dança aos 17 anos em 1951, em Belo Horizonte, no Ballet de Minas Gerais, na época dirigido por Carlos Leite.
Lá conheceu o casal Angel e Klauss Vianna. Em 1956, entrou no Ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, a convite da diretora Tatiana Leskova, tornando-se solista no ano seguinte.
Otero atuou junto com nomes que tornaram-se expoentes do balé no Brasil, como Maryla Gremo, Eugênia Feodorova, Dalal Achcar e Nina Verchinina.
Ainda em 1956, conheceu sua futura companheira, a bailarina húngara radicada no Brasil Marika Gidali, com quem iria depois fundar o Ballet Stagium.
Já em 1959, Otero integrou o elenco do Ballet do Rio de Janeiro, dirigido por Dalal Achcar, e viajou em turnê internacional. Entre 1959 e 1960, foi reconhecido com prêmios por sua participação no Pas de Deux de Cisne Negro, de Eugênia Feodorava, e Yara, de Vania Psota.
Prêmios
Décio Otero recebeu o Prêmio Governador do Estado de São Paulo em 1961. Também foi homenageado com prêmios APCA nos anos de 1974, 1974, 1977 e 1979. Em 2005, recebeu a distinção Ordem do Mérito Cultural, do Distrito Federal.