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Mineira com ‘a pior dor do mundo’ é colocada em coma induzido após seis cirurgias

Jovem de 28 anos sofre de neuralgia do trigêmeo bilateral, condição rara e de difícil tratamento, e ficará sedada por até cinco dias

A jovem Carolina Arruda, de 28 anos, conhecida nas redes sociais por compartilhar a rotina de conviver com a neuralgia do trigêmeo, condição chamada de “pior dor do mundo”, foi colocada em coma induzido nesta semana.

O procedimento, com uso de cetamina, foi realizado após seis cirurgias no cérebro que não tiveram resultado. A expectativa é de que a sedação profunda, por até cinco dias, ajude o cérebro a “reiniciar” e volte a responder aos medicamentos.

A jovem foi quem anunciou, em suas redes, que faria o procedimento. “Minha última esperança agora é ser colocada em coma induzido, entubada, sem consciência, para ver se meu cérebro ‘reinicia’ e volta a responder aos remédios”, disse.

Carolina está internada na Santa Casa de Alfenas, no Sul de Minas, desde a última quarta-feira (13).

A gastrônoma e empreendedora Priscila Guimarães, que conheceu Carolina pelas redes sociais, acompanha a jovem no hospital e atualiza o público sobre seu estado de saúde. Priscila informou que, segundo o boletim médico, o procedimento foi um sucesso, restando agora aguardar os resultados.

O que é a neuralgia do trigêmeo

Trata-se de uma condição neurológica caracterizada por crises súbitas e intensas de dor facial, descritas como choque elétrico ou facada, provocadas pela irritação ou compressão do nervo trigêmeo. O caso de Carolina é considerado raro por ser bilateral, refratário e atípico, dificultando o controle da dor.

“A Neuralgia do Trigêmeo já é uma das doenças mais raras e cruéis do mundo. Menos de 0,3% da população tem. A minha forma, bilateral, dos dois lados do rosto, é ainda mais rara. E a dor? Ela nunca some. Nem dormindo. Nem de olhos fechados. Nem com remédio. Nem abrindo o crânio.”

Histórico

Carolina convive com a doença há mais de dez anos. Em 2024, após uma campanha online, foi convidada para tratamento em Alfenas. No ano passado, chegou a declarar que pretendia buscar eutanásia ou suicídio assistido na Suíça, onde a prática é legalizada, devido à intensidade da dor e à falta de resposta aos tratamentos.

* Sob supervisão de Marina Dias

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Izabella Gomes é estagiária na Itatiaia, atuando no setor de Jornalismo Digital, com foco na editoria de Cidades. Atualmente, é graduanda em Jornalismo pela PUC Minas
Fernanda Rodrigues é repórter da Itatiaia. Graduada em Jornalismo e Relações Internacionais, cobre principalmente Brasil e Mundo.