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Empresário é indiciado por morte de adolescente encontrada enterrada no sítio dele em SP

Giovana, de 16 anos, desapareceu em dezembro de 2023; corpo da jovem só foi enterrado em 15 de fevereiro deste ano

Local onde ossada de Giovana, de 16 anos, foi encontrado no interior de São Paulo

A Polícia Civil de São Paulo indiciou o empresário Gleison Luís Menegildo pelo assassinato de Giovana Pereira, de 16 anos, cujo corpo foi encontrado enterrado no sítio dele em Nova Granada, no interior do estado, em agosto do ano passado. Gleison foi indiciado por homicídio duplamente qualificado, com agravantes de motivo torpe e sem chance de defesa para a vítima.

O inquérito será agora encaminhado ao Ministério Público, que decidirá se formaliza a denúncia à Justiça. A morte da jovem, que desapareceu em dezembro de 2023, ganhou um novo desdobramento com a prisão temporária de Gleison e de outros dois funcionários de sua empresa na semana passada. A polícia encontrou novas evidências que o ligam diretamente à morte, e não apenas à ocultação de cadáver, pela qual ele já havia sido preso e liberado mediante fiança.

Versão da defesa e depoimento do empresário

Em depoimento à polícia, Gleison Menegildo afirmou que conheceu Giovana por um aplicativo de relacionamento e, após um encontro, eles só voltaram a se falar depois de sete meses, quando a jovem pediu um emprego. O empresário alegou que, em 21 de dezembro de 2023, Giovana estava em sua empresa, consumiu cocaína que ele havia deixado no local e passou mal, vindo a morrer. Ele disse que, em pânico, e com a ajuda de um funcionário, transportou o corpo na caminhonete e o enterrou em seu sítio.

A defesa de Gleison, representada pelo advogado Carlos Sereno, contesta a versão da polícia. Ele afirmou que a morte de Giovana foi uma tragédia decorrente de um “consumo exagerado de drogas” durante uma confraternização da empresa. “Infelizmente, na hora do desespero, acabaram fazendo essa besteira”, disse o advogado sobre a ocultação do corpo. Sereno acrescentou que um laudo necroscópico, ainda a ser divulgado, “irá confirmar se ela morreu de overdose”.

Família da vítima contesta versões

A mãe de Giovana, Patrícia Alessandra Pereira, relatou que encontrou mensagens da filha com Gleison no celular, nas quais a adolescente admitiu ter se relacionado com o empresário e recebido ajuda financeira. A última vez que a mãe falou com a filha foi um dia antes de seu desaparecimento. O corpo da jovem foi encontrado oito meses depois e sepultado em fevereiro deste ano.

O caseiro do sítio, Cleber Danilo Partezani, que também foi preso na semana passada, confessou à polícia que ajudou a abrir a cova para enterrar a adolescente a pedido do patrão. A defesa de Gleison e Cleber nega o assassinato. A identidade do terceiro funcionário preso não foi revelada.

Giovanna Damião é jornalista da televisão, digital e do rádio. Desde 2020 como social media e redatora na televisão e, mais recentemente, atuando como apresentadora e repórter da editoria de cultura. Com versatilidade no jornalismo, caminha pela música, eventos, esportes e entretenimento.