O Brasil deve receber nesta semana a importação de 2.600 frascos de Fomepizol, medicamento considerado o mais
N0 último domingo (5), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a importação do medicamento, que não é produzido no Brasil. Do total de frascos, 2.500 serão adquiridos pelo governo brasileiro e outros 100 serão doados pela empresa responsável pela produção. A operação será conduzida por meio da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
O Fomepizol é apontado como mais moderno que o etanol farmacêutico, por ter sido desenvolvido especificamente para tratar intoxicações por metanol. O medicamento bloqueia a enzima responsável por transformar a substância em compostos tóxicos, sem causar efeitos colaterais comuns do etanol, como sonolência e queda nos níveis de glicose no sangue.
Segundo a Anvisa, o remédio não tem registro no Brasil, e a autorização excepcional foi concedida devido ao caráter urgente da situação.
Além da importação, a agência também liberou a fabricação de álcool etílico injetável de grau farmacêutico no país, que poderá ser usado como alternativa no tratamento e ampliar a disponibilidade de opções para pacientes intoxicados.
Casos tem relação com bebidas adulteradas
A importação do antídoto é uma das medidas adotadas após o aumento no número de pessoas que precisaram ser internadas em razão da contaminação por metanol. A substância foi detectada em diversas bebidas destiladas vendidas legalmente, especialmente no estado de São Paulo.
São Paulo concentra a maioria dos casos, com 14 confirmações (dois óbitos) e 178 em apuração, entre eles sete mortes. Também há mortes em análise em Pernambuco (3), Mato Grosso do Sul (1), Paraíba (1) e Ceará (1).
Até agora, 13 estados notificaram ocorrências: Ceará, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pernambuco, Paraná, Rondônia, São Paulo, Piauí, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Paraíba. Bahia e Espírito Santo tiveram suspeitas descartadas. O Ceará registrou a primeira suspeita neste domingo.
Os dados foram enviados pelos estados e consolidados pelo Centro de Informações Estratégicas e Resposta em Vigilância em Saúde Nacional (CIEVS).