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Justiça determina que estado do Maranhão faça restauração de prédio histórico em São Luís

O imóvel abriga o Arquivo Público do Maranhão, reunindo um acervo de documentos que vão desde o século XVIII até os dias atuais

Em fevereiro deste ano, manifestantes se reuniram em frente ao edifício cobrando ações emergenciais para a restauração.

A Justiça Federal condenou o estado do Maranhão a restaurar e adotar medidas urgentes para garantir a preservação e segurança de um imóvel localizado no Centro Histórico de São Luís, onde funciona o Arquivo Público do Estado (Apem).

O prédio faz parte de uma área reconhecida como Patrimônio Mundial pela UNESCO e abriga o acervo documental de toda a história do Maranhão.

A sentença atende a um pedido do Ministério Público Federal (MPF) e reconhece a “omissão” do estado na conservação do imóvel que, segundo a Justiça, apresenta riscos estruturais graves, como rachaduras, infiltrações, deterioração de materiais, falhas no sistema de prevenção contra incêndios, além de não possuir acessibilidade.

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Foi determinado também que os secretários de Cultura e de Infraestrutura do Maranhão, Yuri Arruda Milhomem e Aparício Bandeira Filho, sejam intimados para tomarem ciência das “obrigações impostas e das sanções previstas no caso de descumprimento”.

O MPF alegou que, de acordo com laudos técnicos da Superintendência do Patrimônio Cultural (SPC) e do Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão (CBMMA), o edifício está em situação crítica, colocando em risco não só o acervo documental, mas também a integridade física de funcionários e visitantes.

O Ministério já havia encaminhado pedidos ao governo do Maranhão para o cumprimento de uma decisão liminar concedida pela Justiça em janeiro deste ano, mas sem sucesso.

A sentença determina que o estado apresente, em até 180 dias, um projeto completo de restauração, recuperação e conservação integral do imóvel ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), e que regularize, em até 90 dias, os sistemas de combate a incêndio e pânico.

Após a aprovação do projeto pelo Iphan, o governo terá mais 180 dias para realizar as intervenções.

Durante as obras, o estado deverá garantir que o acervo histórico-documental seja remanejado de forma segura, para que o material não seja perdido ou danificado.

Caso as determinações não sejam cumpridas, a Justiça estipulou uma multa diária de R$ 5 mil, limitada a R$ 500 mil, ao governo do estado.

A Itatiaia procurou o governo do Maranhão, mas, até o momento, não tivemos retorno.

Jornalista pela UFMG com passagem pela Rádio UFMG Educativa. Na Itatiaia desde 2022, atuou na produção de programas, na reportagem na Central de Trânsito e, atualmente, faz parte da editoria de Política.