Um dos patrimônios históricos de Minas Gerais, o vapor Benjamim Guimarães, em Pirapora, no norte de Estado, vai retornar às águas do Rio São Francisco no próximo dia 3 de maio, após passar por uma reforma que durou 5 anos.
A obra teve um investimento total de R$ 5,8 milhões, custeada pelo Ministério de Minas e Energia, através da Eletrobrás.
O restauro foi conduzido pela equipe da Indústria Naval Catarinense (INC) e incluiu a pintura, a reforma da roda-popa, a instalação de um moderno sonar e um radar, que não existiam no projeto original, além da nova caldeira que, a partir da queima da lenha de eucalipto, vai impulsionar a embarcação a até 12 km/h.
Segundo o piloto do Benjamim, Valtemir Pereira Vargas, uma novidade é que com a nova caldeira, instalada no último dia 24, o tempo para que o vapor esteja em condições de navegar caiu de 2h para 20 min.
Tombado desde 1985 pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico, o vapor tem quase 44 metros de comprimento, 8 de largura e pesa 243 toneladas, com capacidade para 140 passageiros.
A embarcação foi construída em 1913, nos EUA, e viajou pelo Rio Amazonas antes de ser transferida, em 1920, para o Rio São Francisco, onde transportava passageiros e cargas entre Pirapora e Juazeiro, na BA.
É a única embarcação a vapor em atividade movida pelo sistema original de lenha, caldeira e roda-pôpa e uma remanescente dos mais de 40 do mesmo modelo que navegaram pelo rio São Francisco no século XX.
O retorno do Benjamim Guimarães à água estava previsto para acontecer nesta segunda-feira (28), mas a vazão muito baixa do Velho Chico, fez com que a prefeitura de Pirapora adiasse a recolocação para 3 de maio.
Segundo a prefeitura, o vapor só será reinaugurado em 1° de junho, como parte das comemorações dos 113 anos de Pirapora. A previsão é que o Benjamim Guimarães volte a navegar a partir do segundo semestre.