O ex-namorado da adolescente Vitória Regina Souza, de 17 anos, encontrada morta nessa quarta-feira (4), se apresentou na Delegacia de Cajamar, na Grande São Paulo, durante a tarde desta quinta-feira (6), para prestar esclarecimentos. Conforme informação da Secretaria de Segurança Pública, o suspeito já esteve em um relacionamento com Vitória.
Em um primeiro momento, a Secretaria da Segurança Pública teria confirmado por meio de nota que a Justiça decretou a prisão do rapaz, o que não aconteceu. Na verdade, a Justiça indeferiu o pedido da polícia.
Durante uma coletiva de imprensa na tarde de hoje, o delegado responsável pelo caso, Aldo Galiano Junior, o ex-namorado foi até a delegacia por medo de ser morto por outros suspeitos. A Polícia Civil (PC) investiga agora, se o rapaz tem envolvimento no caso do sumiço e morte de Vitória, que desapareceu em Cajamar, após sair do restaurante de um shopping em que trabalhava para voltar para casa.
Imagens de uma câmera de segurança mostram a adolescente caminhando em direção a um ponto de ônibus seguida por dois homens. Um deles subiu no mesmo coletivo que ela. A jovem desapareceu no dia 26 de fevereiro. Momentos antes de desaparecer, Vitória chegou a enviar áudios para uma amiga chorando e contando que foi seguida e assediada por homens que estavam em um carro.
“Passou os cara no carro e eles falou: ‘E aí, vida? Tá voltando?’. Ai, meu Deus do céu, vou chorar. Vou mexendo no celular. Não vou nem ligar pra eles”, disse a jovem.
Em outras mensagens, Vitória afirmou temer por sua segurança devido a dois jovens que estavam com ela no ponto de ônibus.
“Tem uns dois meninos aqui do meu lado [...] tô com medo [...] um ficou e o outro pegou o mesmo ônibus [...] ah, amiga, mas tá de boa. Eles tavam no ônibus, só que nenhum deles desceu no mesmo ponto que eu. Então tá de ‘boaça’. Não tem problema nenhum”, contou a garota. Depois, ela não se comunicou com mais ninguém.
O corpo da jovem foi encontrado em estado avançado de decomposição levado para o Instituto Médico Legal (IML) para ser periciado. Parentes da adolescente foram chamados até o local e a identificaram a partir de tatuagens.
Morte por vingança
O delegado Galiano afirmou ainda, que Vitória, de 17 anos, foi assassinada por “vingança”, com a participação de pessoas ligadas a uma facção criminosa.
“Há um crime de vingança, com certeza. Há um grande indício de que possa ter o envolvimento de uma organização criminosa nisso. Já temos uma prova contundente do ex-namorado próximo ao local do crime”, declarou o delegado.
Mais de 11 testemunhas foram ouvidas e dois veículos, incluindo um Corolla, foram apreendidos e periciados, com análise de impressões digitais.