O Ministério Público de São Paulo denunciou 12 pessoas, sendo oito policiais civis, por envolvimento com o PCC, lavagem de dinheiro, tráfico, corrupção e outros crimes. A investigação tem ligação com Antonio Vinicius Lopes Gritzbach, delator da facção criminosa, que foi executado em novembro do ano passado no terminal 2 do Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo.
De acordo com a investigação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), os 12 atuavam em conluio com o PCC, usando a estrutura do Estado para favorecer a facção criminosa. Além da denúncia, o MP pediu que os acusados paguem ao menos R$ 40 milhões em razão do “dano causado pelos crimes cometidos, bem como ao ressarcimento por dano moral coletivo e dano social”.
Segundo o MP, delegados e investigadores se uniram a criminosos para transformar órgãos como a Polícia Civil em instrumento de enriquecimento ilícito e proteção ao crime organizado. O esquema consistia em uma “relação simbiótica” entre os agentes públicos e “empresários do crime":
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Enquanto os policiais garantiam a impunidade de criminosos e desviavam investigações, os “particulares” enriqueciam com atividades ilegais. A atuação do esquema na organização criminosa não se limitava a corrupção e lavagem de dinheiro. Os envolvidos também praticavam tráfico de drogas, homicídios e sequestros.
Um dos exemplos citados na denúncia é o assassinato de Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, morto a tiros em plena luz do dia no Aeroporto de Guarulhos, colocando a vida de milhares de pessoas em risco. Gritzbach delatou alguns dos denunciados. Agora, a Justiça de São Paulo deve decidir se aceita ou não a denúncia do Ministério Público contra os acusados para o prosseguimento das investigações.