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Diretor de presídio em SP é afastado após força-tarefa localizar 23 celulares em celas

Três inquéritos foram abertos para investigar a conduta dos funcionários que prestaram depoimento nesta quarta-feira (5)

Funcionários prestaram depoimento nesta quarta-feira (5), incluindo o diretor.

A Corregedoria da Policia Civil afastou, nesta quarta-feira (5), Guilherme Solano, diretor de um Presídio da Polícia Civil, localizado na zona norte de São Paulo. O afastamento acontece um dia após agentes da Força-Tarefa criada para investigar o assassinato do delator do Primeiro Comando da Capital (PCC), localizarem 23 celulares e outros objetos proibidos, em celas de policiais detidos.

Os agentes estão presos desde setembro de 2024 e foram denunciados por Vinicius Gritzbach, morto em novembro do ano passado no terminal do Aeroporto de Guarulhos. Eles haviam sido denunciados por integrarem e liderarem organização criminosa armada e destinada à prática de crimes contra a administração pública, usura, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.

De acordo com a polícia, também foram instaurados três inquéritos para investigar a conduta dos funcionários, que prestaram depoimento nesta quarta-feira (5), incluindo o diretor. O presídio está funcionando e não houve remanejamento de presos.

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“A Polícia Civil não compactua com desvios de conduta e pune exemplarmente aqueles que infringem a lei e desobedecem aos protocolos da Instituição”, concluiu a SSP.

A Secretaria de Segurança Pública não informou quem será o substituto do diretor.

Segundo as apurações, dois policiais presos mantinham contato com pessoas de fora do presídio, de forma a atrapalhar as investigações e coagir uma testemunha a omitir informações em seu depoimento.

De acordo com o MPSP foram localizados 23 celulares, avaliados em R$ 21.672,15; 14 carregadores de celular; 26 fones de ouvido; entorpecentes; dólares, euros e um notebook. Atualmente no presídio estão 69 presos.

Também foi cumprido mandado de busca e apreensão contra um delegado investigado por participar do esquema. Mais de 80 agentes foram mobilizados na operação.

A coação da testemunha

Conforme as investigações do MPSP os policiais, contando com a ajuda de dois de seus familiares, agiram de modo a obstruir investigação de organização criminosa, pressionando um dos corréus em ação penal a que respondem a omitir informações em seu depoimento.

Na oportunidade, foi cumprido ainda mandado de busca e apreensão contra delegado da Polícia Civil investigado por participar do esquema. Para executar os três mandados de busca e apreensão, a corporação mobiliza um efetivo de mais de 80 agentes.

A denominação da operação, Video Vocacionis, faz referência à expressão videochamada em latim, já que foi desta forma que os presos contataram seu interlocutor.


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