O advogado Ahmed Hassan teria oferecido R$ 3 milhões pela morte do delator do Primeiro Comando da Capital (PCC) Vinicius Gritzbach, executado na última sexta-feira (8) no aeroporto de Guarulhos. As informações são do portal Metrópoles.
Hassan, que também é conhecido pelo apelido ‘Mude’, é um dos acionistas da empresa de ônibus UPBus, que, conforme o Ministério Público, era utilizada para lavar dinheiro pelo PCC. A empresa atuava na zona Leste de São Paulo e é alvo de investigação e intervenção judicial.
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Em um áudio entregue por Gritzbach ao Ministério Público de São Paulo, é possível ouvir uma negociação entre Hassan e um policial civil do Departamento de Investigações sobre Narcóticos. Na ocasião, eles falavam sobre um pagamento de R$ 3 milhões para quem assassinasse o delator do PCC.
“Você acha que três [milhões] vai?”, diz o advogado. “É, pensa nos três, vai pensando, me fala depois”, responde o policial civil. “Mas você acha que ‘tá’ fácil resolver ou ‘tá complicado’?”, pergunta Hassan. “Tá fácil, facinho”, diz o PC.
Denúncia contra policiais civis
Oito dias antes do ataque no aeroporto,
“Nós estamos proibidos de revelar o teor, inclusive esse depoimento que ele deu na Corregedoria, faz parte do acordo de delação premiada. E isso foi muito recentemente, ainda está em apuração por parte da Corregedoria”, explicou Lincoln Gakiya.
Executado a tiros no aeroporto
Vinicius voltava de Maceió com a namorada e seria recebido pelo filho no aeroporto, que estava acompanhado de quatro seguranças - todos os policiais militares. De acordo com Guilherme Flauzino, advogado dos policiais que faziam a segurança, eles não têm envolvimento na execução do empresário.
“Estavam apenas trabalhando, fazendo seu bico. Eles cuidavam do filho do Vinícius como se fosse filho deles”, explicou.
Os PMs que trabalhavam na segurança de Vinícius foram ouvidos e estão afastados das funções na corporação temporariamente. Em nota a Polícia Civil informou que armas que estavam em mochilas encontradas perto do aeroporto serão periciadas. Elas podem ter sido usadas no ataque e que as investigações prosseguem.
Quando foi morto, o empresário trazia na bagagem joias que, segundo a polícia, estariam avaliadas em R$ 1 milhão. Elas seriam o pagamento de uma dívida e um dos motivos para a viagem até Maceió.