A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu nesta segunda-feira (14), Walter Vieira, ginecologista e responsável técnico do laboratório, que assinou um dos laudos com o falso negativo, no
Em um caso inédito no Brasil,
A Operação Verum, acontece para tentar prender 4 pessoas no caso dos transplantes de órgãos. Agentes da Delegacia do Consumidor (Decon) saíram também para cumprir 11 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Plantão Judiciário do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. A sede do PCS teve de ser arrombada pelos policiais.
A polícia investiga ainda, se o PCS Lab Saleme falsificou laudos em outros casos além dos transplantes. Os envolvidos são investigados por crime contra as relações de consumo, associação criminosa, falsidade ideológica, falsificação de documento particular e infração sanitária.
“Determinei imediatamente a instauração do inquérito, atendendo a determinação do governador para que os fatos fossem investigados com maior rigor e rapidez. Conseguimos elementos para representar pelas cautelares junto à Justiça em tempo recorde, para que os culpados sejam punidos com a maior celeridade”, disse o secretário de Estado da Polícia Civil, Felipe Curi.
Policiais arrombaram a porta para entrar no laboratório PCS Lab Saleme.
Por meio de nota, a defesa de Walter e Mateus Vieira, sócios do PCS Lab Saleme, repudia com veemência a suposta existência de um esquema criminoso para forjar laudos no laboratório e que ambos prestarão todos os esclarecimentos à Justiça.
MPRJ recomenda que Hemorio fique responsável pelos exames para transplantes na rede do RJ
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da 5ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva da Saúde da Capital, recomendou que a Secretaria de Saúde do RJ e a Fundação Saúde utilizem apenas o Hemorio para analisar amostras de sangue referentes à Central Estadual de Transplantes (CET).
O objetivo do MP é evitar novas contaminações de pacientes que realizarem transplantes na rede estadual de saúde. Segundo o MPRJ, caso exista alguma incapacidade física instalada no Hemorio para a realização dos exames, os órgãos de saúde deverão avaliar a situação e, se for necessário, realizar uma contratação através do processo de licitação.
A recomendação enviada para a Secretaria de Saúde do RJ e para a Fundação Saúde é assinada pela promotora Cristiana Cavalcante Benites.
Em nota, o laboratório disse que abriu uma sindicância interna para apurar a responsabilidade da contaminação. A companhia ainda lamentou o caso e informou que dará suporte médico e psicológico aos pacientes infectados com HIV e seus familiares. “Trata-se de um episódio sem precedentes na história da empresa, que atua no mercado desde 1969", informou. A empresa ainda destacou que está à disposição das autoridades policiais, sanitárias e de classe que investigam o caso.
“O laboratório informou à Central Estadual de Transplantes os resultados de todos os exames de HIV realizados em amostras de sangue de doadores de órgãos entre 1º de dezembro de 2023 e 12 de setembro de 2024, período em que prestou serviços à Fundação de Saúde do Governo do Estado. Nesses procedimentos foram utilizados os kits de diagnóstico recomendados pelo Ministério da Saúde e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)”, disse.