A jovem Cláudia de Albuquerque Celada, de 24 anos, passou por tempos difíceis em Aspen, nos Estados Unidos.
Após ingerir o alimento contaminado, a jovem relatou ter sentido tontura e cansaço. Na madrugada, ela começou a sentir falta de ar e ligou para outras colegas brasileiras que moravam na mesma cidade.
A brasileira e as amigas pensaram que era algo comum, mas logo ela começou a ter os sintomas graves decorrentes do botulismo, uma doença rara. Pouco tempo depois, Cláudia foi entubada e transferida para o Swedish Medical Center, em Denver. Ela estava consciente, mas com o corpo paralisado.
“Sempre estive consciente, somente o corpo não respondia aos comandos. Não via a hora daquilo passar. Acompanhava tudo o que se passava ao redor, mas não conseguia me comunicar”, contou ao VivaBem, do UOL.
Dívida milionária
Sem um sistema público de saúde no hospital, Cláudia contraiu uma dívida milionária. A família dela precisou organizar uma vaquinha para arcar com os custos da internação no exterior e a UTI aérea que a traria para o Brasil.
Ela tinha um seguro de saúde que cobriu parte das despesas, mas foi muito menos do que ela precisava. Ela também foi incluída em um programa de ajuda do governo dos Estados Unidos e viu parte da dívida ser absorvida pelo programa.
A estimativa da família é que a conta tenha dado 2 milhões de dólares, o que equivale a mais de R$ 10 milhões. O dinheiro arrecadado na vaquinha, cerca de R$ 230 mil, foram utilizados para abater parte do translado por UTI aérea para o Brasil.
Retorno ao Brasil
Cláudia voltou ao Brasil no dia 4 de maio, quando deu entrada no Hospital São Luiz São Caetano do Sul, em São Paulo, ainda em estado grave. Ela se alimentava por sonda, usava um respirador artificial e não conseguia se mover.
Atualmente, ela tem uma equipe de profissionais da saúde que auxiliam na recuperação. Médicos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, nutricionistas, psicólogos, entre outros profissionais participam do dia a dia de Cláudia.
Ela teve alta no dia 8 de julho, com auxílio de home care, mas precisou voltar ao hospital dez dias depois, com um inchaço nas glândulas do pescoço. A alta definitiva foi somente no dia 1º de agosto. Acredita-se que ela não terá sequelas físicas.