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Integrantes da Máfia Azul acusados de matar atleticano começam a ser julgados em BH

Riquelme Enderson Ribeiro da Silva e Samuel Paixão de Souza negaram participação no crime; Justiça remarcou o julgamento de outros dois acusados

Ataque a ônibus com atleticanos aconteceu em 2021

Começou nesta quarta-feira (7) o julgamento de dois membros da Máfia Azul, torcida organizada do Cruzeiro, acusados de participarem da morte do atleticano Mateus de Freitas Ferreira, assassinado em 2021. A sessão foi suspensa no fim da tarde desta quarta e será retomada nesta quinta (8).

Os réus Riquelme Enderson Ribeiro da Silva e Samuel Paixão de Souza foram levados a júri popular. Eles são acusados de participarem de um ataque a um ônibus do Atlético Mineiro na região do Barreiro, em BH, no dia 28 de novembro de 2021.

Os dois foram interrogados, mas optaram por permanecer em silêncio diante das perguntas da juíza e da promotoria. Eles só responderam as perguntas da defesa.

A previsão era que, além dos dois réus, Luiz Gustavo da Silva Veloso e Pedro Henrique Coimbra Braga também fossem julgados. Porém, o processo foi desmembrado em dois. O julgamento de Luiz Gustavo e Pedro Henrique foi remarcado para o dia 24 de outubro.

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Acusados negam participação em crime

Na audiência dessa quarta, Samuel Paixão e Riquelme Enderson negaram ter participado da morte do atleticano. Samuel alegou que foi chamado por conhecidos para ir até o local em que haveria uma confusão com torcedores. Porém, ele afirmou que não desceu do carro. Depois da confusão, ele disse que arrancou o veículo, que havia sido ocupado por cinco desconhecidos.

Riquelme Enderson também negou o crime. Ele disse que passou pelo local e que acabou sendo vítima do grupo que atacou ônibus. O réu afirma que entrou no carro do Samuel, mesmo sem conhecer nenhum dos ocupantes, com intenção de deixar o local.

Dois réus já foram julgados e condenados

Além dos quatro cruzeirenses que serão julgados nesta quarta, outros dois acusados já foram julgados em maio de 2023. Gustavo Luiz da Silva e Walker Marcelino Gouveia foram considerados culpados e condenados a mais de 50 anos de prisão cada.

Segundo o Ministério Público, os denunciados cometeram o homicídio por motivo torpe, definido como crime de ódio, mediante recurso que dificultou a defesa da vítima e com uso de meio cruel.

A pena de cada um dos acusados foi:

  • Gustavo Luiz da Silva: condenado a 61 anos e 8 meses de reclusão em regime fechado por homicídio consumado triplamente qualificado e mais oito homicídios tentados, sendo 19 anos por homicídio consumado e 5 anos e 4 meses para cada 8 tentativas de homicídio.
  • Já Walker Marcelino Gouveia: condenado a 56 anos e 4 meses de reclusão por um homicídio consumado triplamente qualificado e sete homicídios tentados, sendo 19 anos por um homicídio consumado triplamente e 5 anos e 4 meses por cada um das sete tentativas de homicídio.

Relembre o caso

Integrantes da Máfia Azul interceptaram um ônibus da linha 6350 (Estação Vilarinho/Estação Barreiro) que passava pelo Anel Rodoviário, na altura do bairro Novo das Indústrias, na região do Barreiro. O ataque foi na noite do dia 28 de novembro de 2021, após um jogo entre Atlético e Fluminense.

Os torcedores cruzeirenses arremessaram pedras, pedaços de pau, barras de ferro e bombas. O atleticano Mateus de Freitas Ferreira, de 20 anos, estava no coletivo e tentou fugir, mas morreu durante o ataque. Outros nove passageiros, a maioria moradores do Barreiro, ficaram feridos.

Por conta da morte de Matheus, a presença da torcida organizada Máfia Azul em todos os estádios do país foi proibida durante seis meses. O banimento vigorou até maio de 2022.

*Com informações de Célio Ribeiro


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Fernanda Rodrigues é repórter da Itatiaia. Graduada em Jornalismo e Relações Internacionais, cobre principalmente Brasil e Mundo.