A Justiça argentina inicia, nesta quarta-feira (26), o julgamento pela tentativa de homicídio de Cristina Kirchner ex-presidente da argentina em 2022, quando o brasileiro Fernando Sabag Montinel disparou o gatilho a centímetros do rosto dela, em uma tentativa fracassada de assassinato que chocou a sociedade e rompeu um limite político.
A arma de
O julgamento centra-se nos três acusados – o agressor, a sua ex-namorada e o empregador de ambos como vendedores ambulantes –, sem abordar supostos ideólogos ou possíveis apoios financeiros, pistas que a
“O julgamento chega com uma investigação incompleta porque ainda precisamos saber muitas coisas sobre as verdadeiras motivações e se houve outras pessoas envolvidas”, disse um dos advogados de Kirchner, Marcos Aldazábal.
O advogado considerou em todo o caso que será “muito importante conhecer o contexto de como as coisas aconteceram”, algo que espera que venha à luz durante as audiências que ocorrerão todas as quartas-feiras em um processo que pode durar até um ano e contará com mais de 300 testemunhas, incluindo a própria Kirchner.
Homem apontou arma e disparou duas vezes contra Cristina Kirchner
Quem são os acusados?
Ao todo, três pessoas são acusados pelo crime: Sabag Montiel, Brenda Uliarte e Nicolás Carrizo. Os três foram presos preventivamente após o ataque.
Brenda Uliarte era namorada do brasileiro na época e foi acusada de ser
Dia após o ataque, a Polícia Federal informou que ela apagou os dados do celular de Fernando ao tentar desbloquear o aparelho para extrair informações.
Além disso, segundo o jornal “Clarín”, apesar de Uriarte ter dito publicamente que não via Montiel dois dias antes do ataque, imagens de câmeras de segurança mostram o casal junto no transporte público no dia do ataque à vice-presidente. Em setembro de 2022, ela foi presa na Argentina.
No início da investigação, Sabag Montiel afirmou que fez o ataque sozinho, em uma suposta tentativa de inocentar a namorada. “Eles (Polícia Federal) estão inventando uma história. Brenda Uliarte não teve nada a ver com isso”.
Quanto a Nicolás Carrizo, o homem era amigo do casal e liderava da chamada “banda de los copitos”, vendedores ambulantes de algodão-doce, serviço que Sabag e a namorada declaravam exercer.
Segundo o jornal “La Nación”, a Polícia Federal encontrou mensagens no celular de Carrizo que comprovavam que ele tinha ciência do ataque. Tanto que ele chegou a fornecer uma pistola de calibre 22, que acabou não sendo a usada.
A então vice-presidente chegou a pedir à justiça, sem sucesso, que o trio fosse investigado por suposto vínculo a pessoas próximas do ex-presidente Mauricio Macri.
Quem é o brasileiro suspeito de tentar matar Cristina Kirchner?
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Os registros comerciais afirmam que o brasileiro tem autorização para atuar como motorista de aplicativos na Argentina e tem um carro em seu nome. Sabag Montiel já recebeu uma advertência por ser detido em 2021 por pote ilegal de arma. Na ocasião, Montiel levava uma faca de 35 centímetros de comprimento. Segundo a imprensa argentina, ele disse aos policiais que a faca era para “defesa pessoal”.
Informações da polícia argentina, segundo a BBC e veículos de imprensa locais, apontam que Montiel possui tatuagens com símbolos nazistas, além de se identificar em suas redes sociais como Fernando ‘Salim’ Montiel e era seguidor de grupos como ‘comunismo satânico’, entre outros ‘ligados ao radicalismo e ao ódio’, como definiu o portal do jornal La Nación, de Buenos Aires.