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Brigadeirão envenenado: suspeita de matar empresário teria roubado armas da vítima

Segundo a polícia, Luiz Marcelo Antônio Ormond tinha duas armas registradas em nome dele que desapareceram após o crime; suspeita segue foragida

Luiz Marcelo e Júlia Andrade no elevador no dia do desaparecimento. Empresário segura prato que investigadores indicam conter “brigadeirão” que o envenenou

A psicóloga Júlia Andrade Cathermol Pimenta, de 29 anos, principal suspeita de assassinar o namorado Luiz Marcelo Antônio Ormond, teria roubado as armas da vítima após o crime, segundo a Polícia Civil do Rio de Janeiro. O empresário foi encontrado morto no dia 20 de maio, após ter comido um brigadeirão envenenado com medicamentos a base de morfina.

Segundo o delegado Marcos Buss, o empresário tinha duas armas em casa e que elas não foram encontradas pela polícia durante a perícia do apartamento. Ele não descarta que Júlia possa estar com as armas. A mulher segue foragida.

“Não se pode desprezar a informação de que duas armas que sabemos estar no nome da vítima, e que sabíamos estar dentro do apartamento, foram subtraídas. Elas desapareceram. Um dos objetivos agora é localizar essas duas armas. Ela (Júlia Pimenta) é a principal suspeita de ter praticado esse crime bárbaro. Mas será que essas armas também não estão com a Júlia? A Júlia armada pode representar um risco ainda maior”, disse o delegado a GloboNews.

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Dois dias depois de o corpo ser encontrado dentro de um apartamento na Zona Norte da capital fluminense, Júlia chegou a prestar um depoimento à polícia. Ela foi liberada por falta de elementos de prova. À polícia, a mulher contou que Luiz serviu o café da manhã dela na segunda de manhã, o que a polícia diz que é impossível confirmar. O delegado ainda comentou que Júlia foi fria durante o depoimento.

“A prioridade nossa é capturar a Júlia em segurança. Se ela estiver armada, será que ela está motivada a enfrentar a Polícia Civil?”, questionou Buss.

Entenda o crime

Luiz foi dado como desaparecido no dia 17 de maio. Câmeras de segurança flagraram Júlia e Luiz Marcelo no dia da morte do empresário. As imagens, gravadas pelas câmeras de monitoramento do prédio onde o casal morava, no bairro Engenho de Dentro, na Zona Norte da capital, flagraram a vítima com o doce em mãos, dentro do elevador.

A primeira imagem é do dia 17 de maio, dia da morte do empresário. Às 17h04, o casal aparece no elevador do prédio com duas cervejas e um prato em mãos. Os dois descem até a portaria e voltam 40 minutos depois. Às 17h46, o casal aparece novamente no elevador já sem as cervejas, mas ainda com o prato. Para a polícia, existe a possibilidade do prato conter o brigadeiro envenenado. Neste mesmo dia, Luiz Marcelo come o brigadeirão e morre.

O laudo da necrópsia não determinou a causa da morte. No entanto, os peritos identificaram uma pequena quantidade de líquido achocolatado no sistema digestivo. De acordo com o laudo, Luiz morreu três ou seis dias antes do corpo ser localizado. Com isso, a polícia acredita que Júlia chegou a dormir na mesma casa onde estava o cadáver durante todo o fim de semana dos dias 18 e 19 de maio.

No dia 19, as câmeras do prédio filmaram Júlia dentro do elevador, vestida com uma roupa de academia. Às 10h53, ela volta para o apartamento sozinha e parece mandar um áudio ainda dentro do elevador. No dia seguinte, em 20 de maio, Júlia aparece deixando o prédio com uma mala.

Na fuga, a suspeita teria levado os pertences do empresário e o carro dele. Nesse tempo, ainda segundo a polícia, ela chegou a enviar mensagens pelo celular do empresário se passando por ele. No mesmo dia, após Júlia fugir, o corpo do empresário foi encontrado no apartamento. Vizinhos chamaram a polícia após sentirem um cheiro forte no local.

Na última terça-feira (28), a cigana Suyany Breschak foi presa por suspeita de envolvimento no homicídio de Luiz Marcelo. Ela teria ajudado Júlia a planejar o crime. À polícia, Suyany disse que a suspeita de envenenar o namorado devia cerca de R$ 600 mil para ela. A cigana costumava fazer trabalhos espirituais para Júlia há 12 anos e a dívida teria se acumulado neste período. Os investigadores acreditam que a motivação do crime tenha sido financeira.


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Fernanda Rodrigues é repórter da Itatiaia. Graduada em Jornalismo e Relações Internacionais, cobre principalmente Brasil e Mundo.