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Vídeo: hospitais de Porto Alegre têm estoque de oxigênio só até domingo (5), diz prefeito

Em entrevista à Itatiaia, Sebastião Melo diz que município busca oxigênios para não deixar unidades de saúde desabastecidas; 5 mil pessoas estão abrigadas em 14 pontos montados pela capital gaúcha

O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB-RS), atualizou a situação da capital gaúcha, na noite deste sábado (4), em entrevista à Itatiaia. Segundo o chefe do executivo municipal, a situação na cidade “continua dramática”, com rodovias interditadas, cidades da região metropolitana inteiras debaixo d'água e diques que ainda podem se romper.

Entre as principais preocupações está em garantir água para toda a população e oxigênio para os hospitais da cidade.

“Hoje consegui adquirir oxigênio na cidade de Guaíba e consegui com o Exército e a Aeronáutica um helicóptero para buscar esse oxigênio. Eu tenho estoque de oxigênio ara Porto Alegre somente até o final de domingo (5). Nós estamos trabalhando para que isso (falta de oxigênio) não aconteça. Até porque, na nossa cidade vizinha Canoas faltou oxigênio e morreram várias pessoas”, afirmou o prefeito.

Melo afirma que cinco mil pessoas estão abrigadas em 14 pontos montados pela prefeitura pela capital gaúcha. Agora, o abastecimento de água é o maior desafio do município.

“Nós estamos com um problema de água sério porque a maioria dessas bombas que tratam água, elas não tratam a água submersamente. Isso significa que quando o rio está cheio, você tem que desligá-las sob a pena de tudo pegar fogo. Aí você vai levar 10, 15 dias para botar água de nova. Estamos numa governança feroz para botar caminhões pipa em hospitais, em asilos e nas casas geriátricas”, ressalta.

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O prefeito ainda explicou por que Porto Alegre está passando pela maior enchente da história - superando a maior registrada até então, em 1941.

“Nós temos o rio Guaíba que é abastecido por dezenas de rios espalhados pelo estado. O rio que tem maior vazão está a 300 km de Porto Alegre. Você imagina que na cabeceira desse rio choveu 600 mm por m², às vezes 800 mm. Então, essa água vem descendo. Às vezes ela demora dois dias, três dias. Nós temos uma cota de inundação no centro da cidade de três metros e nós já estamos aqui com 5,20 metros nesse momento (nível do rio Guaíba)”, explicou Melo.


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Fernanda Rodrigues é repórter da Itatiaia. Graduada em Jornalismo e Relações Internacionais, cobre principalmente Brasil e Mundo.