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Venda de álcool líquido 70% volta a ser proibida no Brasil nesta terça-feira (30)

O perigo de acidentes é o principal motivo para a medida; decisão divide opiniões

A partir desta terça-feira (30), a venda de álcool líquido 70% volta a ser proibida no Brasil. Agora, o produto só pode ser vendido em gel.

O perigo de acidentes que o produto representa é o principal motivo para a medida. Segundo um estudo do Ministério da Saúde, no Brasil, são registradas cerca de 150 mil internações por ano devido a queimaduras. A maioria relacionada ao uso de álcool para acender churrasqueiras, fogueiras, lareiras.

Conforme Hállen Daniel Rezende Calado, professora do departamento de química da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e conselheira do Conselho Regional de Química, o álcool líquido é fluido e se espalha muito facilmente. “Com isso, o risco de uma queimadura provocar lesões de alta gravidade é grande. O álcool pode provocar ferimentos extensos e profundos. Então, a proibição é benéfica e os deixa mais seguros no ambiente de trabalho e doméstico”, disse.

Segundo a especialista, outros produtos podem ser usados para substituir o álcool: “existem produtos específicos para limpar vidro e para sanitizar o chão. Tem, por exemplo, a água sanitária — que pode ser diluída e tem um custo muito baixo. Assim, vamos no reorganizando”, disse.

Medida divide opiniões

Vladimir Rogério, que trabalha com escritório, concorda com a proibição da venda do álcool. “A segurança tem que vir em primeiro lugar”, disse.

Para Marlúcia Marques, que trabalha com serviços gerais, é possível fazer o uso do líquido com cuidado: “Parte da pessoa saber usar. As pessoas têm que saber o que é certo e o que é errado. Se é perigoso, por que eu vou usar?”, questionou.

Valdirene Rodrigues é doméstica e utiliza o álcool 70%. “Uso para limpar vidro e, às vezes, até o chão. Acho a proibição boa para evitar acidentes, principalmente, com criança”, acrescentou.

Em nota, a Associação Brasileira de Supermercados se posicionou contra a proibição e alegou que a mudança retira do consumidor um produto já tradicional para limpeza doméstica para os cuidados com a higiene pessoal.

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Tem mais de 27 anos de experiência jornalística, como gestor de empresas de comunicação em Minas Gerais. Já foi editor-chefe e apresentador de alguns dos principais telejornais do Estado em emissoras como Record, Band e Alterosa, além de repórter de rede nacional. Foi editor-chefe do Jornal Metro e também trabalhou como assessor de imprensa no Senado Federal, Tribunal de Justiça de Minas Gerais e no Sesc-MG. Na Itatiaia, onde está desde abril de 2023, André é repórter multimídia e apresentador.
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