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Sobrevivente do ataque contra Marielle: ‘mais grave atentado desde redemocratização’

Fernanda Chaves, ex-assessora que estava dentro do carro com a vereadora e Anderson Gomes, afirma que o Rio de Janeiro está ‘carcomido’ pelo crime

Fernanda Chaves era assessora de Marielle Franco

Ver resumo
  • A Polícia Federal prendeu, neste domingo (24), três pessoas suspeitas de envolvimento na morte de Marielle Franco e Anderson Gomes
  • Chiquinho Brazão, deputado federal pelo União Brasil; Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro e Rivaldo Barbosa, delegado de Polícia Civil do Rio de Janeiro, foram presos.
  • Os irmãos Brazão são suspeitos de serem mandantes do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes e o delegado, de obstrução de justiça.
  • A Polícia Federal também cumpriu 12 mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos investigados. Os presos e os documentos foram levados à sede da PF no Rio de Janeiro.
  • Ainda neste domingo, os três presos serão transferidos para um presídio federal em Brasília.
  • “Estamos a um passo mais perto das respostas que tanto almejamos”, disse a família de Marielle Franco em nota
  • “Falta muita coisa para a gente ter paz”, disse a viúva de Anderson Gomes, motorista de Marielle Franco
  • O Ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, vai falar sobre o assunto em entrevista coletiva às 14h.

A ex-assessora de Marielle Franco, que estava no mesmo carro da vereadora na noite em que ela e o motorista Anderson Gomes foram mortos, em março de 2018, se pronunciou após a prisão de três suspeitos de envolvimento no crime. Fernanda Chaves classificou a morte de Marielle como ‘o maior atentado político do Brasil desde a redemocratização’

Em comunicado enviado à imprensa, a jornalista afirmou que a execução de Marielle e Anderson ‘descortina a bizarra situação do Rio de Janeiro, absolutamente carcomido em sua institucionalidade e na atuação de organizações criminosas. Fernanda Chaves confessou como se sente neste dia de avanço no caso Marielle.

‘Revolta talvez seja a palavra que mais proximamente possa resumir o sentimento do dia de hoje. Marielle Franco não merecia. O Rio de Janeiro não merecia. O Brasil e o mundo não mereciam. Marielle Franco apenas cumpria (sim, com todo afinco, firmeza e dedicação que lhes eram característicos) a missão pela qual batalhou: defender, lutar pelos direitos daqueles e daquelas que fazem uma cidade acontecer: os trabalhadores’

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Seguimos, agora, na luta pela devida responsabilização dos envolvidos nesse assassinato, mas também na luta para que o estado do Rio de Janeiro supere o caos a que está submetido, que impacta sobretudo a população mais pobre, subjugada pela atuação de grupos criminosos que dominam quase a totalidade do território fluminense
Fernanda Chaves, jornalista, ex-assessora de Marielle Franco e sobrevivente do ataque que matou a vereadora e seu motorista, em março de 2018

Viúva de Marielle sobe o tom e fala em ‘conivência’

Ao lado de Ágatha Amaus, Mônica Benício subiu o tom e afirmou que a Polícia Civil ‘não foi só negligente, mas conivente’ com o assassinato de sua esposa, Marielle Franco, e do motorista Anderson Gomes. Emocionada, ela relembrou que Rivaldo Barbosa prometeu que o caso seria solucionado ‘o mais rápido possível’ e disse que as prisões ainda não são fecham a investigação.

‘O nome de Rivaldo Barbosa, sem dúvida, foi uma grande surpresa. Em especial considerando que ele foi a primeira autoridade que recebeu a família, no dia seguinte, dizendo que seria prioridade da Polícia Civil a elucidação desse caso. Hoje, saber que o homem que nos abraçou, prestou solidariedade e sorriu dizendo que o caso era prioridade tem envolvimento nesse mando é para nós entendermos que a polícia não foi só negligente, mas especial que foi conivente por todo esse tempo sem solucionar o caso’.

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Jornalista formado pela UFMG, com passagens pela Rádio UFMG Educativa, R7/Record e Portal Inset/Banco Inter. Colecionador de discos de vinil, apaixonado por livros e muito curioso.