Cinco famílias querem saber se são parentes de Clarinha, paciente que estava internada há 24 anos em um hospital de Vitória, no Espírito Santo, por isso, serão realizados testes de DNA para comparar amostras da paciente e dos possíveis familiares. A informação é do g1.
Dos cinco testes, três já estavam em andamento antes da morte, enquanto os outros dois surgiram após o óbito de Clarinha. A história tomou grande repercussão após uma matéria no Fantástico, da TV Globo.
Depois da reportagem, mais de 100 pessoas procuraram as autoridades do ES alegando que podiam ser parentes dela, mas os testes deram negativo. Nenhum parente ou amigo visitou Clarinha nos últimos anos.
Uma das famílias consiste em três mulheres, que seriam mãe, irmã e filha de Clarinha. Elas moram na Bahia e chegaram em Vitória nesta segunda-feira (18), para realizar o exame. Elas foram até o Departamento Médico Legal, onde foram colhidas digitais, que serão comparadas com as de Clarinha, tiradas em 2016 pelo Ministério Público do Espírito Santo.
Clarinha era cuidada pela equipe do hospital
Por não ter sido identificada, Clarinha foi acolhida pela equipe do hospital. O Coronel Jorge Potratz contou à Itatiaia que foi ele quem deu o apelido à paciente. “Ela constava no prontuário como não identificada e como ela era muito branquinha sugeri que a chamássemos de Clarinha, e o apelido pegou”, afirmou. Desde 2000, era ele quem ficava à frente do cuidado de Clarinha.
Segundo ele, Clarinha não tinha problemas de saúde, a não ser o coma por causa do trauma do atropelamento. Ela vinha sendo assistida pela equipe do hospital e, na manhã dessa quinta, vomitou e broncoaspirou, o que levou a uma insuficiência respiratória. À noite, ela não resistiu e faleceu.
O coronel contou que Clarinha era muito jovem na época do atropelamento e aparentava ter 18 ou 19 anos. O caso ganhou grande repercussão após uma reportagem no Fantástico, da TV Globo. Mais de 100 pessoas procuraram o Ministério Público para registrar Clarinha como familiar desaparecida. No entanto, a identidade dela nunca foi reconhecida.
Agora, o militar e a equipe do hospital tentam realizar uma despedida digna para Clarinha. Para isso, é necessário que o coronel entre com uma ação para ser o responsável legal e conseguir realizar o enterro, após o corpo ser liberado pelo Instituto Médico-Legal. Ele contou à Itatiaia que já entrou com o processo, e o enterro deve ser na próxima semana.
Clarinha era querida por toda a equipe hospitalar, sobretudo pelo Coronel. “Estou muito triste”, afirmou ele.