Uma mulher que estava há 24 anos em coma no Hospital da Polícia Militar do Espírito Santo morreu nessa quinta-feira (14), em Vitória, informou o hospital pelas redes sociais.
Clarinha, como era chamada pelos médicos, foi atropelada no Dia dos Namorados de 2000, no Centro da capital capixaba. Ela estava sem documentos e nunca foi identificada.
O Coronel Jorge Potratz contou à Itatiaia que foi ele quem deu o apelido à paciente. “Ela constava no prontuário como não identificada e como ela era muito branquinha sugeri que a chamássemos de Clarinha, e o apelido pegou”, afirmou. Desde 2000, era ele quem ficava à frente do cuidado de Clarinha.
Segundo ele, Clarinha não tinha problemas de saúde, a não ser o coma por causa do trauma do atropelamento. Ela vinha sendo assistida pela equipe do hospital e, na manhã dessa quinta, vomitou e broncoaspirou, o que levou a uma insuficiência respiratória. À noite, ela não resistiu e faleceu.
O coronel contou que Clarinha era muito jovem na época do atropelamento e aparentava ter 18 ou 19 anos. O caso ganhou grande repercussão após uma reportagem no Fantástico, da TV Globo. Mais de 100 pessoas procuraram o Ministério Público para registrar Clarinha como familiar desaparecida. No entanto, a identidade dela nunca foi reconhecida.
Agora, o militar e a equipe do hospital tentam realizar uma despedida digna para Clarinha. Para isso, é necessário que o coronel entre com uma ação para ser o responsável legal e conseguir realizar o enterro, após o corpo ser liberado pelo Instituto Médico-Legal. Ele contou à Itatiaia que já entrou com o processo, e o enterro deve ser na próxima semana.
Clarinha era querida por toda a equipe hospitalar, sobretudo pelo Coronel. “Estou muito triste”, afirmou ele.