Criado em 2016 pela Unesco, o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência é celebrado em 11 de fevereiro. Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) apontam que menos de 30% das mulheres ocupam cargos em áreas das disciplinas STEAM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática).
Uma das agentes que busca combater essa ausência de meninas nas áreas de exatas é Pauliana Moreira Alves, de 43 anos, professora de matemática de escolas públicas em Sabará, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Ela enfrentou muitas dificuldades financeiras durante sua formação e sua adolescência (teve que conciliar trabalho e estudos desde os 14 anos). Hoje, possui uma postura ativa para estimular o aprendizado das alunas, principalmente na área de exatas.
“Eu costumo colocar os meus alunos em aulas extracurriculares de robótica, porque vejo uma oportunidade para eles abrirem horizontes e expandirem suas visões de mundo. Mas um grande desafio, para mim, é encontrar pessoas dispostas e que realmente assumam e façam essa parceria junto comigo, porque muitas vezes, nem os próprios pais costumam ser parceiros nesses projetos”
Uma das iniciativas desenvolvidas por Pauliana aconteceu em 2022, na Escola Estadual Dona Bilu Figueiredo. A partir da sugestão dos próprios alunos, eles acompanharam como funciona o processo de coleta seletiva e visitaram um aterro sanitário. Com a iniciativa da professora, os estudantes propuseram um sistema de coleta seletiva para escola que acabou sendo implantado. “No projeto, envolvemos outros professores e, na semana da implantação e da construção de protótipos, as alunas e alunos se envolveram muitos e foi de grande importância porque percebemos impacto da ciência dentro da nossa escola mesmo”,
À Itatiaia, Catarina Lutero Mendes, analista de Investimento Social da Fundação ArcelorMittal explicou a importância de iniciativas como a da Pauliana no incentivo às meninas nas áreas de ciência. “No Brasil e no mundo, temos uma lacuna de mulheres nas áreas STEAM. [...] Isso gera um efeito econômico prejudicial para as pessoas do gênero feminino, porque essas áreas da Ciência e da Tecnologia são as mais bem remuneradas e que são ocupadas majoritariamente por homens brancos.”, afirma.
“Se não fizermos que meninas desde pequenas se interessem por essas áreas, nós estaremos perpetuando uma desigualdade econômica de gêneros em carreiras que são extremamente fundamentais para nossa sociedade e que costumam remunerar muito bem”, pontua.
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