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Conheça Ademar o ‘cão residente’ do Hospital Dia, na zona sul de SP

Ademar foi abandonado em frente ao hospital e hoje auxilia na reabilitação de pacientes.

Ademar é o primeiro “cão residente” de um hospital municipal em São Paulo.

Um cachorro de quase dois anos, sem raça definida (SRD), é o novo contratado do Hospital Dia, em Cidade Ademar, zona sul de São Paulo. De crachá e sempre ao lado de sua ‘madrinha’, como é chamada a assistente social Luana Almeida Souza, Ademar pode ser visto pelos corredores do local. Ele faz parte da equipe de cinoterapia, técnica terapêutica que utiliza cães na reabilitação de pacientes, e se tornou o primeiro cachorro na rede hospitalar municipal de São Paulo a realizar essa função.

Ademar faz sucesso entre as crianças.

Brincalhão e muito dócil, Ademar foi abandonado ainda filhote na porta do hospital. A assistente social Luana Almeida Souza, a ‘madrinha’ dele, que trabalha no local há um ano e quatro meses, foi a primeira pessoa a cuidar do cãozinho. Ela foi a responsável por garantir a guarda responsável do animal.

Ela conta que os dois chegaram ao hospital no mesmo período. “Ele chegou aqui num sábado, na segunda antes do expediente eu olhei e me apaixonei por ele. Comecei a cuidar do lado de fora do hospital e compartilhei a ideia [de um cão cuidador] com meu gerente. No começo dava trabalho, ele era dócil, mas pulava muito, um filhote, me procurava o tempo todo por aqui colocando o ‘focinho’ nas portas, até que eu levei a ideia para o nosso gerente para regularizar a situação”, disse a madrinha.

A assistente social deu o ponta pé inicial para a regularização do cãozinho.

Com o projeto em mãos a equipe precisou seguir algumas normas. Entre janeiro e agosto deste ano, Ademar foi adestrado para que pudesse interagir com os pacientes e com os colaboradores, como explica o médico Ronald Maia Filho, gerente médico do Hospital Dia Ademar: “existe um protocolo pra trazer, primeiro lugar precisa ser um animal dócil pra ser adestrado, e após isso, ele precisa ter um atestado de saúde de um veterinário, vacinação e vermifugação periódica, ele recebeu chip de identificação e foi castrado, e depois passou pela aprovação nossa comissão de controle hospitalar”.

O Dr. Ronald Filho já acompanhou projetos similares quando trabalhava no Hospital de Guarulhos.

Cinoterapia está prevista em lei municipal

O projeto, que já desperta o interesse de outras unidades da rede municipal de saúde, recebeu as autorizações necessárias da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), e do INTS para que seja implantado como prática reconhecida e segura em hospitais. A cinoterapia, como é chamada a terapia com cães, é prevista pela lei municipal nº 16.827/2018.

Rotina de trabalhador

Ademar mandando um “alô" aos ouvintes da Itatiaia.

Durante o dia, Ademar permanece na área externa do Hospital, onde todos que passam por ali podem interagir com ele e fazer carinho. Em momentos de descompressão, ele passeia com os funcionários.

Na hora do trabalho, Ademar cumpre muito bem suas tarefas e, claro, se diverte durante as visitas ambulatoriais. “Nosso pet tem feito a diferença nos dias por aqui, transformou o ambiente, trouxe uma sensação de pertencimento a esse lugar”, afirma o médico.

Ademar também participa de ações em datas comemorativas, como Festa Junina e Dia das Crianças. Quando é convidado, até passeia em outras unidades hospitalares da cidade. Foi o que aconteceu neste mês de dezembro, quando foi convidado para uma ação de Natal no Hospital Guarapiranga, na zona sul de SP.

Na semana do Natal, Ademar visitou os pacientes do Hospital Guarapiranga, zona sul de SP.

A rotina e as visitas do Ademar são postadas em um perfil no Instagram. Quem quiser, pode acompanhar a rotina do “cão residente” em suas redes sociais.