As gêmeas siamesas brasileiras que nasceram unidas pelo crânio, Allana e Mariah, de dois anos e dez meses, foram separadas após passarem por quatro cirurgias sendo que, uma delas, durou 27 horas. O caso das irmãs é raro: foram pouco mais de 500 nascimentos, nos últimos 11 anos, no Brasil.
O caso das duas foi exibido nesse domingo (22), no Fantástico em séria especial chamada Vidas. “Para mim foi um choque. Assim, quando eu vi, porque eu não imaginava o grau da união delas, eu sabia que elas eram unidas mas eu não imaginava o quanto [...] Allana e a Mariah ensinam a gente muito. A gente foi se adaptando junto com elas”, conta a mãe.
As crianças que nascem unidas pelo crânio são chamadas de craniópagas. As irmãs, filhas da professora Talita Cestari, 27 anos e do frentista Vinícius, 26, nasceram na cidade de Piquerobi, interior de São Paulo. Para conseguir realizar o tratamento adequado fora da cidade, foram feitas vaquinhas pela internet, por moradores.
Os pais mudaram para para Ribeirão Preto e foram até o Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, referência nesse tipo de tratamento.
“É a raridade da raridade. Ao longo da minha carreira, eu nunca tinha tido um outro caso como esse”, conta o médico Hélio Machado. Ao todo, foram realizadas quatro cirurgias, no período de 12 meses, até as cabeças de Allana e Mariáh se separarem por completo.
Os médicos entraram na sala de cirurgia às 6h30 do dia 19 de agosto e deixaram o centro cirúrgico às 9h30 do dia seguinte, depois de 27 horas ininterruptas de trabalho.
“Você separa as veias progressivamente, porque você dá tempo para o cérebro se acostumar, recuperar”, explica o médico.