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Com risco de ficar sem carros para vender, Toyota estuda importar motores

Paralisação da produção em Porto Feliz impactou toda a cadeia produtiva da montadora japonesa

Fábrica de motores da Toyota completamente destruída por tempestade

A destruição da fábrica de motores da Toyota em Porto Feliz (SP) provocada por uma tempestada no último dia 22, está provocando grandes impactos no futuro da montadora japonesa no mercado trabalho. Além de ter adiado a chegada do seu principal lançamento nos últimos anos, o SUV compacto Yaris Cross, a produção do Corolla e do Corolla Cross está completamente paralisada.

Segundo informações apuradas pelo portal Auto Data, o Sindicato dos Metalúrgicos de Itu e Região, que abrange Porto Feliz, informou que previsão é de que a Toyota só normalize a produção de motores e veículos somente em janeiro ou até mesmo em fevereiro. Até lá, os empregos estarão garantidos após negociação realizada com a empresa.

Toyota Corolla é um dos modelos afetados pela paralisação da produção de motores

A montadora, entretanto, já pensa em uma solução emergencial: importar motores. À Folha de S. Paulo, a Toyota admitiu que já “está buscando alternativas de fornecimento de motores junto a unidades da marca em outros países”.

A fábrica de Porto Feliz é a primeira da Toyota a produzir motores na América Latina e de lá saem a unidades 2.0 e 1.5. Segundo a marca japonesa ela “se destaca por sua estrutura única de recursos, usinagem e montagem de motores no mesmo prédio, tornando o processo de produção mais enxuto e competitivo”.

Unidade de Porto Feliz (SP) foi a primeira a produzir motores da Toyota na América Latina

Em condições normais, estes motores feitos em Porto Feliz abastecem as linhas de produção da Toyota em Sorocaba (SP), onde são feitos o Corolla Cross e o Yaris (fora de linha no Brasil, mas ainda exportado). O Yaris Cross também estava sendo feito lá. Já o Corolla sedã é feito em Indaiatuba (SP).

O incidente deve ainda atrapalhar os planos da marca japonesa em nacionalizar a produção da parte elétrica do conjunto propulsor híbrido, hoje ainda importado. A Toyota já havia anunciado investimentos de R$ 11 bilhões no Brasil até 2030 e a fábrica destruída recebeu parte destes recursos.

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Felipe Boutros sempre foi fã de carros: cresceu lendo as revistas do gênero e fez jornalismo para atuar no setor - no qual está há 20 anos. Cobriu os principais salões do automóvel do mundo. Trabalhou nos jornais O Tempo, Hoje em Dia e, hoje, é editor-chefe no AutoPapo. Na Itatiaia, colabora com a seção Auto!