A safra de grãos de 2025/2026 deve alcançar 353,8 milhões de toneladas, um aumento de 1% em relação à temporada anterior. Os dados fazem parte do boletim “Análise CNA”, elaborado pelo Núcleo de Inteligência de Mercado, da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). A publicação reúne informações atualizadas sobre grãos, hortifrúti, pecuária, clima, comércio internacional e economia.
Segundo o boletim, o crescimento da safra de
No setor hortifruti, a Produção Agrícola Municipal (PAM) de 2024, divulgada pelo IBGE, registrou crescimento de 5,5% no valor da produção de hortaliças, totalizando R$ 52,1 bilhões. O destaque foi a
Na pecuária, o relatório evidencia que o rebanho bovino teve leve recuo, após cinco anos de crescimento, enquanto aves e suínos ampliaram seus plantéis, sustentados por maior demanda e exportações. A produção de leite, ovos e mel atingiu recordes históricos em 2024. A aquicultura também avançou, com expansão de 13% na
O boletim aponta ainda que o clima segue neutro, mas há 60% de probabilidade de ocorrência do fenômeno La Niña até dezembro. Caso se confirme, a expectativa é de estiagens no Sul e aumento das chuvas no Centro-Norte, o que pode afetar a produtividade regional.
Cenário do mercado internacional
No comércio internacional, as exportações do agro seguem pressionadas pelo tarifaço americano, que reduziu em 50% a competitividade da carne bovina brasileira nos EUA. Apesar disso, o país ampliou embarques para México, Europa e China. As exportações de café caíram 19% em volume total, e 21% especificamente para os Estados Unidos.
O cenário econômico traz um PIB da agropecuária 10,1% maior em comparação a 2024 e um Valor Bruto da Produção (VBP) estimado em R$ 1,49 trilhão em 2025. A inflação de alimentos caiu pelo terceiro mês consecutivo, e o Plano Safra 2025/2026 apresenta liberações de crédito mais lentas, especialmente para custeio e investimento.
A publicação também destaca a realidade dos produtores do Rio Grande do Sul, que enfrentam as consequências das estiagens e enchentes recentes. Muitos têm optado por culturas de menor custo, como aveia, canola e carinata, além de ampliar o uso da irrigação para reduzir riscos climáticos.