Ouvindo...

Queijo artesanal mineiro conquista primeiro lugar no Prêmio CNA Brasil Artesanal

Produtor rural de Virgínia, no Sul de Minas, vence com o queijo Maranata Ouro, curado por 270 dias

Produtor rural Carlos Henrique Cugler Lamim, de Virgínia, no Sul de Minas

O produtor rural Carlos Henrique Cugler Lamim, de Virgínia, no Sul de Minas, foi o grande vencedor da categoria “Queijo com Tratamento Térmico” do Prêmio CNA Brasil Artesanal 2025, promovido pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Após viver em metrópoles como São Paulo, Curitiba e Santos, ele decidiu, em 2017, retornar à sua terra natal e trilhar um novo caminho na produção de queijos artesanais.

O queijo premiado, Maranata Ouro, é feito a partir de uma receita centenária da Serra da Mantiqueira, maturado por 270 dias, com sabor potente e aromas cítricos que remetem aos tradicionais parmesões italianos. “A gente costuma dizer que é primo do parmesão. O Maranata é nosso queijo mais curado e o mais especial da casa”, destaca Carlos.

Em 2020, Carlos comprou um sítio e, com incentivo do pai e da esposa, iniciou a produção de queijos artesanais. “Foi um projeto de vida. Eu comprei o sítio e casei tudo ao mesmo tempo”. Segundo ele, Paula é peça-chave no negócio, cuidando das finanças, expedição e pedidos. O filho do casal, também chamado Henrique, de 4 anos, já ajuda colando rótulos e medalhas nos queijos. “Todo mundo participa”.

Por trás das premiações, há muita dedicação e técnica, com apoio fundamental do Sistema Faemg Senar. “Eu fiz todos os cursos do Senar na bovinocultura. Aprendi inseminação, manejo, cuidados com bezerras e casco. Quando comprei o sítio, fiquei impressionado com a quantidade de cursos gratuitos”, relata Henrique. Ele também participou do Programa de Assistência Técnica e Gerencial.

Outras conquistas

O reconhecimento nacional pelo Prêmio CNA soma-se a outras conquistas importantes: medalha de ouro no Mundial do Queijo 2022, medalha de prata na Expoqueijo Araxá 2024, além de prêmios no Queijo Brasil em 2024 e 2025.

Com produção diária de cerca de 500 litros de leite próprio, a queijaria aposta na diversidade de maturações para atender mercados especializados. Além do Maranata Ouro (270 dias), a linha inclui queijos com 15, 60 e 100 dias de cura, além de uma receita com olhaduras, típica dos queijos suíços.

Leia também

Henrique é o atual presidente da Apromam — Associação dos Produtores do Queijo Artesanal Mantiqueira de Minas, que reúne 50 associados e representa produtores das dez cidades oficialmente reconhecidas como aptas à fabricação do queijo de identidade própria: Passa Quatro, Itanhandu, Itamonte, Pouso Alto, Virgínia, Baependi, Aiuruoca, Carvalhos, Bocaina de Minas e Liberdade.

*Giulia Di Napoli colabora com reportagens para o portal da Itatiaia. Jornalista graduada pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.