O projeto “Algodão em Consórcios Agroecológicos” está na colheita dos seus primeiros resultados na comunidade quilombola São Maurício, localizada no município de Alcântara, no Maranhão. No dia 10 de setembro, foi realizada a colheita da primeira etapa do projeto-piloto implantado na comunidade em dia de campo promovido pelo Governo do Maranhão, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura Familiar (SAF), em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Embrapa Algodão, Prefeitura de Alcântara, Sindicato de Trabalhadores Rurais de Alcântara e Consórcio Nordeste.
Batizado de Algodão da Liberdade, a ação integra o Projeto de fortalecimento do
Uma das beneficiárias do projeto é a agricultora Eliane Rodrigues, moradora da comunidade São Maurício. “O Algodão da Liberdade é mais que um projeto, é um sonho realizado e a esperança para o futuro dessa comunidade. A nossa expectativa é certificar esse algodão, expandir a produção, gerar renda para a comunidade, produzir roupas, comercializar, trabalhar o artesanato”, afirmou.
Para o secretário da SAF, Bira do Pindaré, o momento de colheita marca uma nova fase para o sucesso do projeto. “Alcântara, no passado, foi uma grande produtora de algodão utilizando mão de obra escravizada. Hoje, a cidade renasce com a expectativa de que, agora, a liberdade vai gerar renda, incentivar a produção de alimentos e garantir segurança alimentar das famílias de agricultores, por meio das ações que o projeto Algodão Agroecológico vem desenvolvendo na comunidade São Maurício. Vimos as sementes serem plantadas aqui, e agora testemunhamos a colheita,” disse Bira do Pindaré.
O coordenador do projeto e pesquisador da Embrapa Algodão, Frederico Lisita, apresentou a evolução do projeto que culminou na colheita do algodão. “Essa é a colheita do primeiro ciclo do projeto no Maranhão, e que é um projeto que engloba todos estados do Nordeste para fortalecimento e ampliação do algodão agroecológico em consórcios alimentares na região do Semiárido. Aqui, em São Maurício, o projeto está sendo executado em uma área demonstrativa de um hectare, onde foram plantados algodão em consórcios com culturas alimentares como o gergelim, milho, mandioca, moringa, e variedades de algodão branco, marrom e verde,” afirmou o pesquisador.
A SAF e a Embrapa Algodão também firmaram um acordo de cooperação técnica para transferência de tecnologia e capacitação de técnicos e agricultores do projeto. As capacitações abordarão orientações técnicas sobre cultivo de algodão agroecológico e orgânico, desde o preparo do solo até a colheita e certificação, através da prática e da experimentação participativa, com a implantação de unidades de aprendizagem e pesquisa, promovendo uma produção sem o uso de insumos químicos e com preços diferenciados.