A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG) passou a produzir
O molibdênio é um micronutriente mineral essencial para o desenvolvimento das plantas, usado como adubo para aumentar o rendimento e a qualidade da produção. Na alimentação, o nutriente presente em leguminosas (feijão, lentilhas, ervilhas) e grãos promove, ainda, benefícios ao metabolismo humano.
Segundo o pesquisador da EPAMIG, Pablo Teixeira, apesar da necessidade de pequenas doses, o molibdênio exerce papel importante na eficiência do uso do nitrogênio pelo feijoeiro. “Estudos mostram que o nutriente pode chegar a triplicar a produtividade da cultura, com efeitos ainda mais expressivos em solos ácidos ou pobres em nitrogênio”, afirmou.
Estudos recentes comprovaram que a pulverização dos feijoeiros com molibdênio em doses entre 300 e 600 g/ha, em fases estratégicas do ciclo de vida da cultura, gera sementes naturalmente enriquecidas com o mineral, que elevam o rendimento do feijão quando o solo é deficiente desse micronutriente e não é usada adubação nitrogenada suficiente. Com desempenho semelhante ao da aplicação foliar, essas sementes simplificam o manejo e garantem mais praticidade na nutrição nitrogenada da lavoura.
“A inovação contribui para reduzir o uso de fertilizantes nitrogenados. Isso ocorre porque a tecnologia aumenta a eficiência da fixação biológica de nitrogênio pelas bactérias do solo e melhora o aproveitamento do nitrogênio absorvido pela planta. Além disso, há um benefício ambiental: a diminuição das emissões de óxido nitroso, um potente gás de efeito estufa associado à adubação nitrogenada”, explicou o pesquisador.
Características do Feijão Vermelho
Embora tradicionalmente mais cultivado na Zona da Mata e no Campo das Vertentes, o feijão vermelho vem ampliando sua área em Minas Gerais e já alcança também outras regiões do Estado, além de avançar para estados vizinhos, como o Espírito Santo.
Entre as principais características agronômicas da cultivar BRSMG Marte destacam-se a alta produtividade, podendo superar 45 sacos por hectare, o ciclo precoce, de aproximadamente 80 dias, a arquitetura ereta, favorável à colheita mecanizada, e a resistência às principais raças de antracnose e boa tolerância à mancha-angular.
“Essas vantagens têm favorecido a substituição gradual da cultivar ‘Ouro Vermelho’, de porte prostrado e elevada suscetibilidade a doenças. O objetivo da EPAMIG é simples e inovador: disponibilizar uma cultivar produtiva cujas sementes já garantam o aporte de molibdênio ao feijoeiro”, finalizou Pablo Teixeira.