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O resultado é importante, principalmente, por fazer parte do primeiro levantamento do desempenho do comércio exterior de São Paulo, após a decisão dos Estados Unidos de acrescentar tarifas às importações brasileiras, no dia 6 de agosto de 2025. Apesar do Brasil estar sofrendo pressões tarifárias dos EUA, o agronegócio do estado de São Paulo demonstrou resiliência, mantendo o superávit e elevando exportações estratégicas.
De janeiro a agosto de 2025, as exportações do agronegócio paulista foram concentradas em cinco grandes grupos de produtos. O complexo sucroalcooleiro liderou a pauta, com participação de 29,3% e valor de US$ 5,45 bilhões, sendo a maior parte composta por açúcar (92,2%) e o restante por etanol (7,8%). Em seguida vieram as carnes, que representaram 14,5% das vendas externas, somando US$ 2,69 bilhões, com destaque para a carne bovina, responsável por 84,4% desse total.
Os produtos florestais ocuparam a terceira posição, respondendo por 10,7% das exportações e alcançando US$1,98 bilhão, divididos principalmente entre celulose (53,9%) e papel (36,7%). O complexo soja participou com 10,5%, registrando US$1,95 bilhão, dos quais 81% correspondem à soja em grãos e 13% ao farelo. Já os sucos, quase integralmente suco de laranja (97,6%), representaram 10,3% do total, com valor de US$ 1,91 bilhão.
Variação das vendas e principais mercados
Os dados mostram também que as variações de valores, em comparação com o mesmo período do ano passado, apontaram aumentos das vendas para os grupos de café (+44,5%), carnes (+27,8%), sucos (+7,8%), e quedas nos grupos de complexo sucroalcooleiro (-34,6%), produtos florestais (-3,2%) e complexo soja (-2,1%). Essas variações nas receitas do comércio exterior são derivadas da composição das oscilações tanto de preços como de volumes exportados.
Os principais destinos do agronegócio paulista seguem os mesmo, sendo a China o maior mercado, com 24,3% de participação, adquirindo principalmente produtos do complexo soja, carnes, açúcar e florestais, na sequência a União Europeia, que corresponde 14,3% de tudo que é exportado, sendo os principais itens sucos, café, produtos florestais e demais produtos de origem vegetal. E o terceiro destino segue sendo os Estados Unidos, responsáveis por adquirir 13,4% dos produtos, comprando sucos, carnes, demais produtos de origem animal, florestais, café, sucroalcooleiro e demais produtos de origem vegetal.
“A produção de São Paulo é diversificada e temos destinos variados para nossos embarques. Essa característica torna São Paulo mais preparado para períodos de instabilidade internacional como o atual”, comentou Guilherme Piai, secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
O agronegócio paulista manteve destaque no cenário nacional, respondendo por 16,7% das exportações do setor no Brasil, ocupando a 2ª posição, atrás de Mato Grosso (17,7%) e à frente de Minas Gerais (11,5%). No acumulado de janeiro a agosto de 2025, o agronegócio brasileiro exportou US$ 111,69 bilhões (49,1% do total nacional) e importou US$13,49 bilhões, alta de 5,1%.
Intensificação da compra pública de café
Por meio do Programa Paulista da Agricultura de Interesse Social (PPAIS), o governo de São Paulo intensificou a compra pública de café das cooperativas paulistas. Até o momento, em 2025, já foram adquiridas 8 toneladas do grão torrado e moído e a expectativa é que até o final do ano as compras possam chegar a R$ 1 milhão. Estes produtos abastecem hospitais, escolas, penitenciárias e outros prédios da administração pública.
Além das compras públicas, o Estado adota ações complementares de apoio ao setor, como a disponibilização de crédito especial para exportadores, via Desenvolve SP, e a liberação de crédito de ICMS para aliviar custos financeiros dos produtores e cooperativas. Outro ponto de suporte aos produtores é a abertura de novos mercados consumidores para os produtos paulistas.