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Rã-touro é destaque em pesquisa ambiental no evento ‘Tem Peixe na Vila’

Espécie alia produção de carne e pesquisas ambientais na Apta Regional de Pindamonhangaba

Rã-touro é destaque em pesquisa ambiental

A 3ª edição do “Tem Peixe na Vila” foi marcada pela descoberta da capacidade da rã-touro de monitorar a poluição ambiental, apresentada pela Apta Regional. O evento foi realizado nos dias 6 e 7 na sede do Instituto de Pesca (IP-Apta), em São Paulo.

Vinculada à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, a Apta Regional trabalha com a rã-touro. Segundo a pesquisadora da instituição de Pindamonhangaba, a zootecnista Adriana Sacioto Marcantonio, doutora em Aquicultura, a rã-touro, única espécie cultivada em cativeiro no Brasil para fins comerciais, reúne vantagens que despertam o interesse de produtores, como crescimento rápido, alta taxa de reprodução, facilidade de manejo e carne de elevado valor nutricional, com baixo teor de gordura e alta digestibilidade.

A contribuição da espécie vai além da produção de alimentos. No Ranário Experimental, girinos e embriões da rã-touro são utilizados em estudos como bioindicadores de poluição ambiental. As pesquisas investigam os efeitos de agrotóxicos, metais pesados e outras substâncias, oferecendo subsídios importantes para o monitoramento da qualidade ambiental. Além disso, os trabalhos desenvolvidos na unidade geram excedentes que podem ser comercializados, como girinos, rãs jovens, adultas e reprodutores.

A Instituição também abordou temas voltados à piscicultura, destacando as pesquisas realizadas com peixes, como o lambari-do-rabo-amarelo, peixes redondos (pacu, tambaqui e tambacu) e a tilápia-do-nilo. Os estudos envolvem manejo produtivo, reprodutivo, melhoramento, alimentação e qualidade da água.

Exposições didáticas e demonstrações

Durante o evento, a pesquisadora da Apta Regional de Pariquera-Açu zootecnista Camila Fernandes Corrêa, doutora em Aquicultura, levou ao público exposições didáticas sobre a área, incluindo amostras de fitoplâncton, zooplâncton, rações e ingredientes que compõem a alimentação dos peixes, demonstrando as fases desde a larva até o peixe adulto. O tema qualidade da água também foi apresentado com o auxílio de equipamentos utilizados na piscicultura.

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O evento tem se consolidado como um espaço de integração entre ciência, cultura alimentar e sustentabilidade, trazendo famílias e consumidores para conhecerem de perto a cadeia do pescado em um contexto educativo e festivo. “Com essa visão, a Apta Regional reforça seu papel em conectar a pesquisa científica ao desenvolvimento da produção animal e à preservação ambiental, aproximando conhecimento e sociedade”, destacou Keila Roncato Duarte, diretora substituta da Apta Regional.

*Giulia Di Napoli colabora com reportagens para o portal da Itatiaia. Jornalista graduada pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.