Paraná lidera produção nacional de frango após retirada das restrições chinesas

Estado responde por 34% dos abates nacionais; China segue como destino estratégico das exportações

Em 2025, foram exportadas para a China 122,45 mil toneladas

Após o anúncio da retirada das restrições chinesas à carne de frango brasileira, o Paraná segue como líder nacional na produção. O estado, no segundo trimestre deste ano, respondeu por 558,6 milhões de unidades abatidas. O volume equivale a 34,1% de toda a produção do país no período. Os estados vizinhos de Santa Catarina (13,7%) e Rio Grande do Sul (11,4%) completam o pódio.

Segundo o secretário estadual da Agricultura e Abastecimento do Paraná, Marcio Nunes, a China compra entre 10% e 12% de todo o frango produzido no estado. “O impacto é muito positivo, principalmente porque a China compra alguns produtos que não são bem consumidos no Brasil, como, por exemplo, o pé de frango”, explicou.

Em 2024, o Paraná exportou para a China 280,51 mil toneladas de carne de frango, o que representou 12,9% do total de 2,17 milhões de toneladas exportadas pelo estado no período. Esse volume rendeu uma receita de US$ 695,46 milhões de dólares, de um total de US$ 4,03 bilhões gerados no período.

Já em 2025, foram exportadas para a China 122,45 mil toneladas, a uma receita de US$ 301,03 milhões. De janeiro a outubro de 2025, o Paraná exportou o total de 1,73 milhão de toneladas de carne de frango, a uma receita de US$ 3,07 bilhões. Os dados são do sistema do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Comex Stat/MDIC).

“A China foi o principal destino das exportações paranaenses de carne de frango entre 138 países em 2024. No acumulado de janeiro a outubro de 2025, mesmo com a suspensão das exportações, a China ainda figura como um dos principais destinos da carne suína paranaense, ocupando a terceira posição da lista de 143 países”, explicou Priscila Cavalheiro Marcenovicz, médica veterinária e técnica do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab).

Suspensão temporária

A suspensão temporária das exportações havia sido adotada pela China em maio deste ano, após a confirmação do primeiro caso de influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) em uma granja comercial localizada no município de Montenegro (RS). Desde 18 de junho, após a conclusão dos procedimentos de desinfecção da propriedade e de todas as ações sanitárias exigidas, o Brasil mantém o status de país livre de influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP).

Atualmente, apenas o Canadá mantém a suspensão total das importações de carne de aves provenientes do Brasil.

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*Giulia Di Napoli colabora com reportagens para o portal da Itatiaia. Jornalista graduada pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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