Cooperativa de café anuncia alívio imediato com redução das tarifas de Trump

A retirada da tarifa americana sobre determinados produtos brasileiros foi anunciada nesta seman

MG é responsável por 77% do café brasileiro exportado aos Estados Unidos

A retirada da tarifa de 40% imposta pelos Estados Unidos (EUA) sobre o café brasileiro trouxe alívio imediato para produtores e cooperativas do setor. O anúncio, feito nesta semana por Donald Trump, foi recebido com entusiasmo pela Cooxupé, a maior cooperativa de café do mundo, com mais de 20 mil cooperados e atuação em cerca de 330 municípios do Sul de Minas, Cerrado Mineiro, Matas de Minas e Vale do Rio Pardo (SP).

Segundo o superintendente comercial da cooperativa, Luiz Fernando dos Reis, a isenção da tarifa devolve previsibilidade ao mercado e garante fôlego para o planejamento da próxima safra. “Realmente traz bastante alívio para nós, que temos um mercado muito importante nos Estados Unidos, principalmente para o café arábica, os cafés finos que produzimos aqui. Precisamos de todos os mercados abertos”, afirmou ele.

Reis explica que, ao longo dos meses de discussão, ficou evidente tanto a relevância do mercado americano para o escoamento do café brasileiro quanto a importância do produto para os EUA. Ele admite que, se o tarifaço tivesse sido mantido, a situação poderia se tornar crítica já na colheita seguinte. “Poderíamos, inclusive, enfrentar problemas de onde colocar todo esse café. Não é simples buscar novos mercados para um volume tão grande e com qualidade específica. Acredito que viramos essa página e retomamos o jogo, reabrindo negociações com nossos parceiros”, disse.

O presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), Silas Brasileiro, também comemorou o fim das tarifas e destacou o papel do diálogo político. Segundo ele, o encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Donald Trump foi determinante. “Houve participação ativa de todos os representantes do setor e da iniciativa privada. Não faltou apoio das entidades que trabalham com café no Brasil. Essa realidade estava afetando 330 mil produtores no país”, afirmou.

Silas projeta recuperação rápida das exportações: “Acredito que em breve o país vai recuperar efetivamente o que deixou de exportar. O café é a cultura mais social que temos no Brasil.”

O impacto da medida é particularmente relevante para Minas Gerais, responsável por 77% do café brasileiro exportado aos EUA. O secretário de Agricultura e Pecuária do estado, Thales Fernandes, lembra que o produto é fundamental para a pauta de exportações mineira e para a economia do agronegócio estadual.

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Fabiano Frade é jornalista na Itatiaia e integra a equipe de Agro. Na emissora cobre também as pautas de cidades, economia, comportamento, mobilidade urbana, dentre outros temas. Já passou por várias rádios, TV’s, além de agências de notícias e produtoras de conteúdo.

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