Agro mineiro comemora fim do tarifaço para alguns produtos brasileiros: ‘Competitividade’

Estados Unidos são o principal comprador do café brasileiro e a maior parte do café brasileiro é de Minas Gerai

Acabou a novela. A Casa Branca publicou, nesta quinta-feira (20), uma ordem executiva que zera as tarifas de 40% dos Estados Unidos sobre alguns produtos agrícolas brasileiros. Com a decisão, as tarifas sobre a carne bovina fresca, resfriada ou congelada, produtos de cacau e café, cestas de frutas vegetais, nozes e fertilizantes foram zerados.

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Os Estados Unidos são o principal comprador do café brasileiro e a maior parte do café brasileiro é de Minas Gerais. Por isso, a decisão é muito comemorada pelo setor. O secretário de agricultura e pecuária do estado, Thales Fernandes, comemora essa isenção da taxa e reforça a retomada da competitividade do café no mercado americano.

“O café, que é o nosso principal produto da pauta de exportação, e as carnes fazem uma diferença muito grande. Então, nós aqui da Secretaria de Agricultura, ficamos muito otimistas com essa situação, porque nos coloca em competitividade novamente para poder mostrar ao mundo a qualidade desse café que nós temos em Minas Gerais. Para vocês terem ideia, 35% de todo o café que entra nos Estados Unidos vêm do Brasil e 77% desse café vêm de Minas Gerais. Então é um produto muito importante na nossa pauta de exportação que tem feito uma diferença muito grande na balança comercial mineira”, explica.

O presidente do Sistema Faemg Senar, Antônio de Salvo, destaca que a medida americana traz tranquilidade para os produtores, especialmente os de café e de carne.

“Isso dá uma garantia ao produtor mineiro para comercializar a safra tranquilo, sem atropelos, não precisa ter pressa de vender essa safra e negociar bem negociada. O que diz respeito às carnes também é muito bom. Nós estamos terminando a entressafra, começando agora um período de safra. Como os Estados Unidos são o nosso segundo maior comprador de carne, ficando atrás da China, é uma notícia muito boa, dando a nós uma tranquilidade de continuarmos negociando produtos”, comenta.

Pedro Hudson Cordeiro, professor de relações internacionais do Ibmec, destaca que a medida de Trump é um alívio para os dois lados, para o produtor brasileiro e também para o americano. E lembra, dois produtos que ainda precisam de isenção.

"É bom para ambos os lados, para o consumidor americano e para o produtor brasileiro. Agora, vale ressaltar que a gente tem que continuar lutando para que esse tarifa seja derrubada para outros produtos da economia. Lembrando que dois importantes setores do agronegócio brasileiro não foram perdoados nessas mudanças de hoje. O setor de mel e o setor de pescados continuam sofrendo aquela taxação de 50%", conclui.

Fabiano Frade é jornalista na Itatiaia e integra a equipe de Agro. Na emissora cobre também as pautas de cidades, economia, comportamento, mobilidade urbana, dentre outros temas. Já passou por várias rádios, TV’s, além de agências de notícias e produtoras de conteúdo.

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