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Controle do carrapato bovino exige atenção ao clima e ao ambiente, segundo estudo no RS

Radiação solar afeta presença do parasita e interfere no desempenho de novilhas

Radiação solar global é a que mais influenciou negativamente a infestação

Um estudo recente concluiu que as características ambientais e físicas de cada propriedade precisam ser consideradas na hora de avaliar o planejamento do controle do carrapato bovino. A pesquisa publicada na Circular Técnica 27 - “Infestação do carrapato bovino em novilhas de corte na região da Campanha do Rio Grande do Sul”, lançado pelo Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (DDPA/Seapi), também aponta que são necessários estudos contínuos que incluam a avaliação das fases de vida livre do parasito em diferentes regiões do Brasil.

A publicação apresenta os resultados de um estudo realizado no Centro Estadual de Diagnóstico e Pesquisa em Sistemas Integrados e Meteorologia Aplicada (Cesimet) da Seapi, em Hulha Negra (RS). De acordo com a médica veterinária da Seapi e coordenadora do Programa Estadual de Sanidade Ovina (Proeso), Nathalia Bidone, “o objetivo foi analisar a relação entre a infestação por Rhipicephalus (Boophilus) microplus, variáveis meteorológicas e o desempenho de novilhas de corte criadas extensivamente na região da Campanha”.

Segundo a médica veterinária, a análise climática indicou que, entre as variáveis estudadas, a radiação solar global foi a que mais influenciou negativamente a infestação, provavelmente por favorecer a dessecação de larvas e ovos no ambiente. “As demais variáveis meteorológicas, como temperatura, umidade e precipitação, apresentaram pouca correlação com a carga parasitária”, destaca.

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A pesquisa também evidenciou o impacto da infestação sobre o ganho de peso das novilhas. “Houve correlação entre o número de carrapatos e o ganho médio diário (GMD), com perdas estimadas de até 1,6 gramas por carrapato por dia. O estudo reforça a importância do monitoramento contínuo dos animais e das condições ambientais para embasar o controle do carrapato bovino”, alerta Nathalia.

*Giulia Di Napoli colabora com reportagens para o portal da Itatiaia. Jornalista graduada pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.